Nesse dia 14 de setembro, em São Bernardo do Campo as companheiras das Vermelhas lançaram seu manifesto. O evento ocorreu no ABC paulista, no Mundo Livre bar reduto da vanguarda combativa e de esquerda da região. A exitosa atividade contou com a presença de diversas diversas companheiras e companheiros além de organizações de esquerda que saudaram a atividade e expressaram suas posições. A redação do Esquerda Web também esteve presente prestigiando o evento. Publicamos abaixo parte da carta de abertura e em anexo o manifesto completo das companheiras.
Carta aberta
VERMELHAS COMO AS BANDEIRAS
DO SOCIALISMO
O Feminismo Socialista cresce por Rosi Santos,
Nascemos como organização no atual Brasil de Bolsonaro, do assassinato cruel e covarde de uma mulher negra, votada e legitimada tanto pelo parlamento quanto pela sociedade, no país onde mais são tiradas vidas de companheiras e companheiros trans e travestis, e no país de ataque frontal aos direitos democráticas a esquerda e ao feminismo. Nesse cenário de ataques a esquerda e ao feminismo, somos Vermelhas! Aquelas e aqueles que acreditam que a luta feminista deve ser atravessada pelos debates entre feminismo e socialismo.
Uma nova expressão da rebeldia feminista
Somos Vermelhas porque as mulheres em todo mundo tem demonstrado a força que possuem quando se mobilizam juntas, em diversos países estamos testemunhando o poder de transformação que pode ter o movimento feminista quando se massifica. Por isso, somos uma organização feminista e socialista de mulheres e identidades LGBTQI+ que tem, nada menos e nada mais, que às ruas como lugar central de sua atuação.
Somos aquelas que acreditam que somente mobilizadas, exigindo ativamente a responsabilização do Estado LGBTfóbico patriarcal, e acompanhando as companheiras e companheiros vítimas frente a cada caso de violência, podemos construir as condições necessárias para a politização que leva a emancipação de gênero.
As e os que apostam nas posições que não ignoram que o sistema patriarcal anda de mãos dadas com o capitalismo, e que entende que ao contrário do feminismo liberal, não podemos restringir a luta feminista apenas à luta pela cidadania das mulheres, ou somente para aumentar a sua representação, já esta definitivamente demonstrado que esse não é um pressuposto que resulta em si mesmo, em mais protagonismo e melhoria reais as condições de vida e na emancipação completa das mulheres trabalhadoras e LGBTQI+ oprimidos.
Quando o feminismo ganha às ruas o machismo recua
Somos aquelas e aqueles que acompanharam atentas de cada lugar de nossa atuação,- Argentina, Honduras, Espanha, França, México e Costa Rica – o movimento #MeToo contra o assédio sexual e violência sexual no local de trabalho, das companheiras estadunidenses em 2017, e suas ocupações de ruas traduzidas em marchas multitudinárias nos EUA.
Aquelas e aqueles que estão na América Latina no Nenhuma a Menos, impulsionado no 8 de Março desse mesmo ano de 2017, por nossas companheiras e companheiras das Vermelhas de diversos países junto a coletivos feministas diversos. As que lutam contra os enormes índices de violência machista no México e que também se solidarizou com vários países da região como, Peru, Chile e Uruguai.
Fenômeno que ajudou a germinar na Argentina, a heroica jornada pela legalização do aborto e contra o governo anti trabalhador de Mauricio Macri, na qual participamos ativamente com representações do Brasil. Jornadas que se conectaram com a vitória das polacas pela manutenção desse mesmo direito, com a luta da juventude chilena contra o assédio sexual nas universidades, somos as que vibraram com os 5 milhões de mulheres na Índia e sua enorme corrente humana de 620km em Kerala para exigir seus direitos historicamente negados.
Somos aquelas e aqueles que no Brasil estiveram entre a multidão do massivo e espontâneo movimento #EleNão, movimento que reivindicamos como de suma importância, pois impediu que o reacionarismo e misoginia ganhassem no primeiro turno das eleições em nosso país.
Somos aqueles e aquelas que querem um movimento feminista organizado e internacionalista nas ruas, exigindo justiça a todas as nossas companheiras caídas, agredidas e violentadas sexualmente. As que não querem se conformar, com a violência institucional contra as mulheres negras e indígenas, com a ingerência do Estado sobre os corpos cis e LGBTQI+.
As e os que lutarão pela inclusão da Educação Sexual, Laica, Científica e Feminista nas escolas, como ferramenta de combate ao crescente obscurantismo preconceito e a pedofilia contra nossas crianças advindas de dentro de suas próprias casas. E pelo direito que as novas gerações tenham uma sexualidade livre, saudável, responsável e de respeito a diversidade sexual.
Por tudo isso, apresentamos o Manifesto Feminista Socialista aberto e de todas aquelas que desejam reagir a toda violência patriarcal por meio da mobilização, colocando de pé um grande movimento feminista organizado nas ruas em nosso país.
Só a luta muda a vida!
Não se isole se organize!
com feminismo na rua o machismo recua!
[…] Vermelhas é um coletivo feminista e socialista, em construção, presente em diversos países. Surge no Brasil em 2019, e hoje, apesar das enormes dificuldades que é a organização da vida das mulheres trabalhadoras e militantes, está agregando diversas […]