Uma grande vitória do movimento social, agora vamos lutar contra o processamento dos companheiros
ANTONIO SOLER
Como parte das manifestações da Greve Geral do dia 14 de junho contra a “reforma” da Previdência, estudantes e trabalhadores da Universidade de São Paulo (USP) e demais setores realizaram manifestações nas imediações da universidade.
Após passeata realizada na avenida Vital Brasil, 10 manifestantes, dentre eles nosso companheiro Renato Assad, foram presos de forma totalmente arbitrária, encaminhados à 51ª Delegacia de Polícia e, posteriormente, ao DEIC. Os manifestantes foram indiciados e acusados por dano qualificado, incêndio, associação criminosa, resistência à prisão e desacato.
Como todas alegações da polícia e da promotoria não tinham nenhuma prova (documental ou testemunhal), em Audiência de Custódia, realizada no Foro da Barra Funda, a Juiza Bruna Acosta Alvarez determinou em sentença o relaxamento da prisão e a liberdade provisória com medidas cautelares para os 10 manifestantes.
Essa arbitrária prisão de estudantes e trabalhadores foi mais um episódio de viés político autoritário dentre outros ocorridos durante esse 14J. Foi parte da tentativa do governo Jair Bolsonaro, em comunhão com o governador de São Paulo João Dória, de impor uma conjuntura política que impeça a crescente resistência contra os ataques aos direitos econômicos e políticos dos trabalhadores e oprimidos.
Por essa razão, a liberdade dos 10 presos políticos da USP é uma vitória do movimento social e restitui parcialmente – outros presos políticos devido as manifestações a greve geral de 14 de junho e outros eventos continuam detidos – o direito de manifestação e organização individual e coletiva que esse governo de extrema direita com pretensões bonapartistas quer ameaçar.
A postura de todo o ativismo (estudantil e trabalhador), dos parlamentares que acompanharam o caso, dos familiares e demais apoiadores foi fundamental para a solução favorável desse caso. É também motivo de orgulho a valentia e maturidade demonstrada pelos jovens manifestantes detidos diante da arbitrariedade da prisão fruto da sistemática política de criminalização do direito de luta promovida pelo poder público em âmbito federal e estadual.
Agora, precisamos organizar uma ampla campanha que envolva organizações estudantis, sindicais e políticas que se colocam na defesa dos direitos democráticos contra o processamento de todos esses companheiros. Junto à luta contra a “reforma” da Previdência e todos ataques de Bolsonaro, a luta contra o processamento dos companheiros passa a ser uma tarefa central.
Não ao processamento dos 10 manifestantes da USP!
Não à criminalização do direito de manifestação!
Pelo fim da Polícia Militar!
Contra a “reformas” da Previdência!
Fora Bolsonaro, Mourão e Dória!
Eleições Gerais Democráticas já!