Por uma histórica Greve Geral no dia 14 de junho!
Construir a luta pela base para derrotar Bolsonaro e sua contrarreforma
Renato Assad
Estamos nos aproximando do dia 14 de junho, data que pode ser decisiva para a luta contra o governo Bolsonaro e seus ataques, sendo o principal deles a contrarreforma da previdência. Convocado por todas as centrais sindicais, por movimentos sociais, com destaque para o MTST e por uma ampla vanguarda estudantil, esta sexta-feira irá indicar mais precisamente as possibilidades concretas, a partir da luta de classes, de derrotar esse governo de extrema direita.
A luta contra Bolsonaro e a contrarreforma da previdência ganhou um novo fato político nessa semana com a publicação do site Intercept Brasil que fortalece a tese de que a condenação e prisão de Lula não teve base jurídica, mas sim o objetivo de tirá-lo da disputa eleitoral de 2018. Ou seja, obra de um claro bonapartismo de toga que desde o início foi funcional à ofensiva reacionária que desembocou na eleição de Bolsonaro.
Não temos dúvida de que a exigência por liberdade imediata para Lula volta a ganhar centralidade em nossas bandeiras, entretanto, a consigna “Lula livre”, não deve, como tem feito a burocracia, separar-se da luta contra os principais ataques do governo e, muito menos, deixar de ser articulada em conjunto com a mobilização dos de baixo pelo Fora Bolsonaro, Mourão e Moro e Eleições Gerais.
Queremos dizer, como já afirmamos várias vezes em outras notas, que a possibilidade de impor uma derrota categórica ao governo está se concretizando; que a crise política, o giro à esquerda na consciência das massas (51% da população é contra a reforma da previdência, como indicou o Datafolha) e as impactantes manifestações em defesa da educação abriram o precedente para uma luta mais global contra o governo e seus ataques. Por isso, ressaltamos que o dia 14 será a batalha das batalhas!
O lulopetismo e sua burocracia, como de costume, apostam numa mediação para que aprovem a “reforma” da previdência. Isso é, sinalizam que é necessário “equilibrar as contas previdenciárias’ e, com isso, apostam na construção de uma reforma “light” com emendas ao projeto do governo.
Isso deixa claro que não apostam na luta dos de baixo, dos oprimidos, das mulheres e da classe trabalhadora. Porém, essa política torna-se cada vez mais insustentável no cenário político atual, no qual não há mais condições e espaço para a conciliação política e ética que desde o primeiro mandato presidencial do PT contribuiu para que a ofensiva reacionária obtivesse vitórias sistemáticas.
Os setores da esquerda socialista, seus sindicatos e o PSOL devem exigir da burocracia, e contribuir também, a construção de um calendário de mobilização a partir da experiência e balanço das mobilizações juvenis pela educação e do próprio dia 14 de Junho. Um calendário de lutas organizado pela base e que, em hipótese alguma, tarde nesta construção, pois como já alertamos inúmeras vezes, a demora com qual a burocracia convoca as mobilizações e atos contra o governo favorece a recomposição do mesmo para articular sua base, convencer os trabalhadores de que não há outra alternativa e comprar os votos necessários para aprovar a contrarreforma.
Assim, é preciso, a partir do dia 14 de junho, construir um calendário de mobilização nacional que derrote de uma vez por todas as contrarreformas e Bolsonaro. Apenas nesta dinâmica vamos derrotar Bolsonaro, seu governo e abrir caminho para um plano econômico e político que represente as necessidades dos trabalhadores e oprimidos, bem como das mulheres e da juventude!
Greve Geral organizada pela base!
Não à contrarreforma da Previdência!
Liberdade imediata para Lula!
Fora Moro! Abaixo a Lava Jato e seu bonapartismo!
Não aos cortes de verbas da educação!
Fora Bolsonaro e Mourão! Eleições Gerais já!