POR RENATO ASSAD
Nos dias 20, 22 e 23 de maio foi realizado o III Congresso dos Estudantes de Geografia da USP. Esse Congresso foi marcado pela importante transição da dinâmica autogerida do Centro Acadêmico de Geografia (CEGE) para uma gestão eleita através de chapas.
O congresso foi exitoso no que diz respeito ao acúmulo de debate político por parte do corpo estudantil. No total foram apresentadas 3 teses sobre movimento estudantil e 4 teses sobre conjuntura, todas defendidas no primeiro dia do Congresso. Vale ressaltar a importante participação de mais de 140 alunos nos 3 dias de atividades, havendo no segundo dia um denso debate nos grupos de discussão e encaminhamentos elaborados para a plenária final.
Nós do Socialismo ou Barbárie – tendência do PSOL, acreditamos que um primeiro passo a uma saída estratégica para a crônica inércia que os estudantes do curso se encontravam foi dado, mas isso é apenas um passo. Temos pela frente um grande desafio na construção do Curso de Geografia da USP e do seu Centro Acadêmico como ferramentas fundamentais do movimento estudantil, corpo social importantíssimo na luta nacional contra o governo ultrarreacionário de Bolsonaro com intensões bonapartistas.
Temos que ter em mente que a mobilização precede de eixos fundamentais: construção pela base, política cotidiana no curso, unidade política com a esquerda socialista e com os estudantes independentes e uma organização independente da burocracia lulopetista que enrijece e contém o movimento estudantil, assim como têm feito na direção do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Como já sabemos, os tempos são difíceis e estamos experienciando a conjuntura mais complicada pós ditadura militar, uma encruzilhada histórica que nos coloca novos desafios. Mas para nada sofremos uma derrota categórica, nem a juventude, nem as mulheres, nem os negros e nem a classe trabalhadora se colocam como um corpo em autópsia para Bolsonaro e seus ataques.
Insistimos que existe uma ampla reserva de mobilização, em conjunto com uma queda insistente da popularidade de Bolsonaro e um giro de consciência das massas contra os ataques do governo, assim é possível derrotar este governo e a Geografia é ferramenta fundamental na luta em defesa da educação e para derrotar Bolsonaro e todos os seus ataques contra os trabalhadores e os oprimidos.