Segue indefinido o jogo de forças entre o golpe parlamentar que destituiu Pedro Castillo e uma histórica rebelião popular que o enfrenta. Como parte do internacionalismo militante também estivemos com Manuela Castañeira, principal figura pública do Nuevo Mas argentino e da corrente internacional Socialismo ou Barbárie, em Lima para levar a nossa solidariedade militante a essa histórica rebelião.
Os desdobramentos no Peru são de suma importância para o quadro político da América Latina, uma vez que legitimado o atual governo golpista e ass4ss1no de Dina Boularte, que contém amplo apoio do imperialismo estadunidense, abrirá precedentes importantes para o (re) fortalecimento da ultradireita em nossa região.
De maneira inconsequente e subserviente ao imperialismo, o atual governo burguês de caráter liberal-social de Lula, assim como Boulos, reconheceram Boluarte como legítima presidente, o que no Brasil significaria reconhecer em sua época a legitimidade do governo Temer, pois assim como ele, Dina era vice de Castillo.
Uma vez consolidado o governo Temer, após a ofensiva reacionária com manobras parlamentares e jurídicas, e com a desmobilização consciente por parte da esquerda da ordem para derrubá-lo, assistimos o fortalecimento da ultradireita que culminou com a eleição do neofascista Bolsonaro. As consequências disso já estão bastante evidentes hoje.
Portanto, a esquerda socialista independente deve incorporar à sua agenda toda a responsabilidade militante internacional para denunciar e se solidarizar com o povo peruano que segue nas ruas (já são mais de 60 mortos) exigindo uma Assembleia Constituinte soberana e a dissolução do Congresso peruano.
Por isso, convocamos a todos e todas a estarem presentes nessa próxima quinta-feira (9/02), às 17h, em frente ao consulado peruano para realizar um ato de solidariedade onde deixaremos claro que não reconhecemos os golpistas e faremos das palavras de ordem do povo peruano as nossas!
Abaixo o governo golpista de Boluarte!
Viva a rebelião popular peruana!
Pela dissolução imediata do Congresso e por uma Assembleia Constituinte livre e soberana!