EDER ALEXANDRE, pela Bancada Luta Coletiva
No início deste mês, moradores da Vila Sabesp, na região do Areião, receberam uma notificação da prefeitura para que eles deixassem suas residências em 30 dias, sem nenhum diálogo com a população local. Um projeto mal reelaborado, ao que tudo indica, de uma alça da Via Anchieta, que passará por aquela região, foi desenterrado e agora o prefeito quer colocá-lo em prática desrespeitando todos os trâmites legais de urbanização e desapropriação.
Segundo moradores, eles foram surpreendidos com tal notificação, já que este projeto estava engavetado há anos. Algumas famílias disseram que a prefeitura propôs pagar um auxílio aluguel no valor irrisório de R$315,00, que não é suficiente para alugar um imóvel em São Bernardo. Funcionários da assistência social foram até o bairro, há cerca de 6 meses, realizar um cadastro social, dizendo que quando essas famílias precisassem deixar o local seriam amparadas, porém, não é o que vem acontecendo e muitas não estão nem incluídas no programa de auxílio.
Outro detalhe é que, segundo relatos, há alguns anos a prefeitura prometeu aos munícipes desta região que seria construído um conjunto habitacional e eles seriam realocados, mas, até hoje, nenhum prazo foi definido e informado. Também não se pronunciaram sobre a indenização para essas famílias que moram a mais de 30 anos no local. Advogadas da região, movimentos sociais, políticos e culturais, além de grupos de moradores do bairro, estão lutando com todas as forças denunciando esse absurdo. Além de manifestações, hoje, foi feito um cordão de proteção contra a desocupação e destruição de imóveis que, ilegalmente, já estão acontecendo.
Uma das denúncias é a de que pessoas ligadas à prefeitura estão coagindo moradores para que deixem suas residências pois eles não esperarão suas retiradas. Alguns, com medo, já deixaram suas casas e as mesmas já estão sendo demolidas, na nítida intenção de pressionar quem ainda não cedeu a essa chantagem. Um mandado de segurança foi expedido para suspender as remoções que acontecem sem nenhuma decisão judicial.
Solidarizamo-nos com essas famílias e exigimos que não apenas a justiça, mas os parlamentares dessa cidade se pronunciem contra mais essa arbitrariedade do prefeito Orlando Morando.
Basta de despejos!