Añez reconheceu Arce, candidato do MAS, ganhador da eleição. Ainda são esperados os resultados oficiais
“Ainda não temos uma contagem oficial, mas pelos dados que temos, o Sr. Arce e o Sr. Choquehuanca ganharam as eleições. Parabenizo os vencedores e lhes peço que governem tendo em mente a Bolívia e a democracia”. Foi o que Añez postou em sua conta no Twitter. Uma declaração um tanto controversa vinda de uma ditadora imposta por um golpe de estado militar.
De acordo com a única pesquisa de saída publicada até agora (consultoria CIESMORI), Arce teria ganho na primeira rodada com 52,4% contra 31,5% para a Mesa. Em terceiro lugar, com 14,1% ficaria Camacho.
Ontem, quando as eleições estavam encerrando, a polícia golpista cercou a sede do MAS com uma operação repressiva que não permitia a entrada de pessoas. Uma atitude antidemocrática que desencadeou os alarmes e tensionou a situação.
A vitória eleitoral do MAS é uma bofetada na cara do bloco golpista que procurou reinstalar o neoliberalismo desenfreado, bem como o racismo extremo, entre outras medidas. Precisamente, sobre aqueles que efetuaram o golpe de Estado no final de outubro do ano passado para se livrar de um governo burguês que, de uma forma ou de outra, traduziu e administrou certas pressões populares, concessões que se destinam a ser interrompidas com a consolidação do bloco golpista.
A Corrente Internacional do Socialismo ou da Barbaridade, chamou o voto crítico para o MAS. “Não temos nada a ver com os arqui-traidores reformistas do MAS, mas não podemos permanecer neutros diante do golpe de Estado fascista liderado por Mesa, Añez e Camacho e que tem a cumplicidade direta do governo Trump. É por isso que pedimos a rejeição do voto dos líderes golpistas e um voto ultra-crítico para Arce, que acompanhamos com um programa independente, anti-capitalista e de classe e pela a formação de um Instrumento Político dos Trabalhadores tantas vezes postergado na Bolívia. Chamamos também a sair às ruas em caso de fraude e também pela formação de comitês anti-fascistas de autodefesa contra figuras como Camacho, a eventual repressão da polícia e das forças armadas ao golpe, a União Juvenil Cruceñista e outras instituições racistas deste tipo. Porque, no final, será somente nas ruas onde a luta contra o golpismo poderá ser resolvida.