SUELI ALVES das Vermelhas
Nessa segunda-feira (18), o menino João Pedro Mattos Pinto, 14 anos, é assassinado durante uma operação conjunta das policias Civil e Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo no Rio de Janeiro. E apesar de ter sido levado em um helicóptero pela própria polícia civil, a família só localizou o corpo do jovem após 12h em um IML em São Gonçalo.
João compõe hoje a trágica estatística em que cerca de 77% dos 30 mil jovens assassinados ao ano no Brasil são negros, de acordo com o último Mapa da Violência. Morto pelo Estado brasileiro que mata e tem seu alvo certo, o povo negro nas periferias do país.
Em meio à uma pandemia e grave crise de saúde pública vividas hoje, com a população totalmente desamparada por um governo negacionista, acordamos não só com um número exorbitante de óbitos pela COVID 19, mas com mais um filho morto por quem deveria protege-lo.
Mais uma mãe negra da periferia que perde seu filho. Filhos criados apesar das adversidades, por mulheres que lutam diariamente contra a violência, o desemprego, a fome, a falta de políticas públicas e sofrem com o medo de terem seus filhos arrancados.
“QUERO DIZER, SENHOR GOVERNADOR [WILSON WITZEL], QUE A SUA POLÍCIA NÃO MATOU SÓ UM JOVEM DE 14 ANOS COM UM SONHO E PROJETOS. MATOU UMA FAMÍLIA COMPLETA.” NEILTON, PAI DA VÍTIMA.
O menino estava onde deveria estar, em casa, brincando com os primos. Mas na periferia não há paz. A cor da pele define quem morre e quem está na mira da polícia assassina que cumpre ordens da necropolítica instalada em nosso país.
João é mais uma vítima da política de segurança genocida contra a população negra.
Exigimos justiça!!
Não é mais um número. É mais um filho assassinado!!!