Nesta quinta-feira (25) é celebrado o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher. Data importante para para luta e conscientização contra a violência de gênero em todo o mundo.
A violência contra mulheres é uma violação de direitos humanos, sistêmica pois é enraizada há séculos pelo patriarcado. E visa o controle político e econômico dessa parcela significativa da população – mais da metade das força produtiva brasileira. Ela se expressa por meio da violência física e emocional de mulheres e membros da comunidade LGBTQIA+.
Com absurda naturalização na sociedade muitas vezes, é importante compreender que sem organização e luta é impossível enfrentar o problema, que é uma chaga social ainda mais agravada na pandemia.
A violência machista é o penúltimo recurso usado para disciplinar mulheres, seguido do feminicídio
Trata-se de uma campanha global, no Brasil depois de dois anos de pandemia, algumas cidades irão se mobilizar nessa data e durante o fim de semana.
A campanha ganhou muita força depois do Movimento Me Too nos EUA, mas no Brasil a questão vem sendo pautada de maneira efervescente desde a criação da Lei Maria da Penha, importante mas limitada em diversos aspectos.
Parte da campanha, graças a direções adaptadas do movimento feminista, infelizmente se resume apenas na conscientização e não na amplificação das vozes femininas unificadas nas ruas, com o intuito de questionar contundentemente a sociedade e exigir de governos locais e governo federal medidas urgentes contra a violência crescente.
A violência é ainda maior quando vem de cima
Desde a chegada de Jair Bolsonaro à presidência vimos enormes ataques aos direitos a dignidade e integridade física e emocional das mulheres brasileiras. Isso se expressa não só por meio de manifestações de misoginia do governo e seus membros, mas também com cortes de verbas na Pasta referente a gênero, que está na mão da reacionária e ultra religiosa Damares Alves.
Nesse dia 25 é preciso responsabilizar a atual ministra, que sequer se pronuncia a respeito das ofensas e da descriminação às mulheres cometidas pelo próprio “presidente”.
Por isso, é urgente nessa dada que todas e todos, levantem o punho ainda mais alto! Pois, vemos que até mesmo a memória de mulheres que são verdadeiros mártires, como Marielle Franco (brutalmente assassinada há mais três anos, um crime político e machista continua sem justiça e largamente negligenciado) é atacada constantemente pelo governo e seus signatários.
Nos municípios não é diferente, vemos ações de prefeituras herdeiras do bolsonarismo atacando constantemente as condições de vida das mulheres trabalhadoras e seus filhos. Como é o caso dos despejos no ABC e fechamento de Casas de Passagens às vítimas de violência também no ABC e outras cidades da capital paulista.
É preciso que se diga em alto e bom tom que é a institucionalidade, machista e violenta contra as mulheres, que faz com que no Brasil uma mulher seja morta a cada nove horas durante a pandemia. Onde 48% das vítimas e famílias apontam namorados, cônjuges ou ex-parceiros como autores. Esses são dados oficiais do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, mas sabemos que a violência é ainda mais endêmica e urge por resistência.
Basta! Às ruas para combater a violência contra a mulher!
Chega de violência, investimento em educação gênero e acolhimento já!
Justiça por Marielle, justiça por todas!
Por um plano nacional de educação e conscientização contra a violência de gênero!
Punição a todos os agressores!
Pena máxima para feminicidas!
Educação Sexual laica, científica e feminista nas escolas já!
A culpa nunca é da vítima!