Em 25 de janeiro, dezenas de entregadores se manifestaram às portas da empresa Ifood em São Paulo, denunciando as precárias condições de trabalho a que estão submetidos pela empresa transnacional.

Por Victor Artavia 

Em um ambiente combativo e fraterno, eles realizaram um “café da manhã solidário” e apresentaram sua situação no microfone.

Entre as principais exigências da mobilização estão: participação na regulamentação federal dos aplicativos; o fim da categoria OL (Operador Logístico); reajustes substanciais das corridas; fim das entregas múltiplas; o retorno do plano de aluguel de bicicletas a R$ 9,90; apólice de seguro para entregadores.

Como Renato Assad, um ativista do Socialismo ou da Barbaridade, professor e entregador de renda suplementar, declarou: no último semestre fiscal, a empresa obteve um lucro de 606 milhões de dólares, uma fortuna acumulada com o suor e a exploração de centenas de milhares de entregadores.

 

Esta mobilização ocorreu em um momento em que o governo Lula está implantando uma política de contenção dos movimentos sindicais e sociais através da criação de “mesas de diálogo” em troca de que não se realizem protestos. As lideranças burocráticas das principais centrais sindicais se juntaram a esta operação de desmobilização sem consultar as bases.

Nesse sentido, o protesto dos entregadores foi um contraponto a essa tática de conciliação por cima e entre quatro paredes, e, pelo contrário, convocou a tomar as ruas de forma unitária para lutar pelos direitos da classe trabalhadora.