O 29M contra o governo Bolsonaro, protesto nacional realizado em 29 de março e que reuniu centenas de pessoas em várias cidades e capitais importantes, demonstrou que o Brasil, apesar de um governo genocida e profundamente neoliberal, não está em uma situação de terra arrasada. Existe reserva de luta e as últimas mobilizações demonstraram isso, de que mesmo diante do galopante número de vidas perdidas pela covid-19 que impacta objetivo e subjetivamente na classe trabalhadora e população em geral, não há disposição para esperar as eleições de 2022, como propõe Lula, PT e centrais sindicais pelegas. Todos/as ao 19J para derrotar Bolsonaro nas ruas já!
“Quando um povo vai às ruas em plena pandemia é porque o governo é mais perigoso que o vírus”
ROSI SANTOS, Socialismo ou Barbárie e do coletivo feminista Vermelhass
O momento é dramático e toda a vanguarda lutadora tem muita responsabilidade pela intensidade e massividade da próxima grande manifestação nesse 19 de junho. Ainda mais depois do impacto da última manifestação, que fez partidos como PT e PCdoB se reposicionarem diante da gravidade da conjuntura e, até mesmo Lula, ir as manifestações nesse sábado para disfarçar seu oportunismo eleitoreiro.
É fato que a conjuntura está insuportável, o vertiginoso aumento do desemprego a carestia da vida, o empobrecimento da população e a insegurança alimentar são questões que já não se pode minimizar ou esconder.
Durante todos esses meses o boicote a vacinas, máscaras e incentivo a aglomerações de Bolsonaro, combinado com a estratégia de “sangrar Bolsonaro” para derrotá-lo apenas em 2022 formam um combo destrutivo e quase desmoralizante para esquerda brasileira.
A questão que querem esconder a esquerda da ordem e a direção do PSOL é que sem a reações contundente da vanguarda combativa e independente, da juventude, dos negros, das mulheres e dos trabalhadores, como as ocorridas nas últimas manifestações, não sabemos se teremos Brasil em 2022.
O Dia 19J precisa dar um golpe contundente a política genocida e de privatizações em curso
Já no dia 1º de Maio, Dia Internacional da Classe Trabalhadora, houve pequenas, mas importantes e simbólicas manifestações contra o governo e a votação de reformas que retiram direitos. Nesse momento, Bolsonaro já estava adiantado quando colocou sua caravana da morte em marcha, realizando “manifestações” em Brasília e no sul do país. Carreatas, longos percursos de motos com a presença de setores inimigos dos trabalhadores e dos oprimidos.
No entanto, após os atos do dia 13 de Maio, logo após a chacina do Jacarezinho (RJ), uma nova conjuntura começa a se formar, com atos com grande presença da juventude negra. Essa tendência de polarização política nas ruas se confirmou no dia 29M, com a realização de uma manifestação que contou com a presença de uma ampla vanguarda jovem que reuniu mais de 30 mil pessoas na Avenida Paulista (SP), enquanto a “motociata” de extrema direita organizada em São Paulo por Bolsonaro no dia 12 não passou de 10 mil pessoas.
Os atos do 29M demonstraram que, por mais que importante que seja a CPI da Covid, somente a organização nas ruas será capaz de acabar com o genocídio bolsonarista que irá nos leva a superar 500 mil vítimas fatais pela pandemia, sendo que milhares dessas mortes, como apontam especialistas, poderiam ter sido evitadas.
Assim, apesar de toda a desmoralização de Bolsonaro no enfrentamento da pandemia, ele governa, ataca e é um perigo permanente para nossas vidas e direitos enquanto estiver no poder. Vem perdendo popularidade e se isolando cada vez mais, no entanto tem apoio em setores das forças repressivas estaduais, forças armadas, milicias, fundamentalismo e pequeno-burguesia. Por essa razão, atua constantemente parar inflamar sua base para a reeleição e para o questionamento desta nas ruas e quarteis se não for vitorioso em 2022, por isso mantem sua gangue nas ruas quase todos os finais de semana.
Desta forma, opinamos, diferente do que propõe o eleitoralismo e as burocracias sindicais pelegas – no momento que escrevemos essa nota de convocação do 19J, calam-se diante da privatização da Eletrobrás -, que é decisivo apostar todas as forças na indignação e mobilização crescente de todos os trabalhadores, inclusive daqueles que fizeram a experiência com o governo Bolsonaro.
Encaramos com muito entusiasmo o fato de que lutadores e lutadoras participaram das manifestações massivas nesse 29M, movimento que tende a crescer para outros setores e tomar as ruas de forma mais constante. Essa foi a segunda vez desde o início da pandemia do coronavírus, em março de 2020, que um número significativo de manifestantes se colocou pela queda imediata de Bolsonaro.
Para que não se esvazie, é fundamental que essa nova onda de manifestações se amplie e incorpore maior números de jovens, negros, mulheres e setores da classe trabalhadora que estão ausentes. Para tanto, é fundamental exigir que todas as organizações políticas, sindicatos e movimentos convoquem o ato de amanhã e organizem um calendário de lutas democraticamente desde as bases. Amanhã tomemos as ruas de todo o paíse! Viva o 19J!
Bolsonaro é pior que o vírus!
Não tire a máscara tire o Bolsonaro!
Mobilizar desde as bases, rumo à greve geral!
Fora Bolsonaro e Mourão!
Eleições Gerais já!
Todos e todas a manifestação nesse sábado, acompanhe que horas será em sua região:
Em São Paulo – o ato será no MASP | 16h
No ABC paulista Santo André – Praça do Carmo | 10h
Lembre-se das recomendações sanitárias para evitar o contágio pelo coronavírus, conferir o guia de segurança sanitária em nossa página.