Nesta quinta-feira, no primeiro bloco do Debate Web, para discutir o cenário da educação e da política educacional do governo João Dória (São Paulo), recebemos os professores Pedro Paulo e Severino Félix, ambos ligados à Oposição Unificada Combativa da Apeoesp e militantes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
Os companheiros ressaltaram o papel criminoso da volta às aulas presenciais sem condições sanitárias, política levada de forma autoritária por Dória e pelo Secretário da Educação de São Paulo, Rossieli Soares. Além desse negacionismo tucano, que já foi responsável por centenas professores infectados e mortos, Pedro Paulo e Severino discutiram que a política educacional desse governo caminha totalmente na rota da precarização do trabalho, com a extensão dos contratos temporários, e exclusão por falta de políticas efetivas para conectar as populações periféricas.
Como teremos carreata dos professores no próximo dia 24, finalizamos a conversa com os companheiros tratando de como realizar uma carreta massiva para lutar contra a volta às aulas presenciais sem segurança. A categoria enfrenta historicamente com uma direção burocrática do sindicato para que possa avançar em seu processo de luta e organização. Assim, uma das tarefas centrais da oposição, colocadas pelos companheiros durante a live, é lutar por reconectar a categoria a sua organização sindical de base, reestabelecendo um diálogo entre sindicato e categoria que não seja pautado pelo verticalismo da direção majoritária do sindicato visto na condução da última greve.
Também recebemos nesse episódio do Debate Web José Roberto Silva, servidor público na cidade de Santos e militante da tendência Socialismo ou Barbárie do PSOL, para discutir a conjuntura nacional e internacional. José Roberto trouxe um painel completo da conjuntura internacional desde as causas e consequências da derrota eleitoral de Donald Trump até os processos de eleitorais na América Latina. Cenários políticos fortemente influenciados pelas rebeliões populares, suas potencialidades e limites, que têm marcado o cenário internacional e feito o pêndulo político girar mais ao centro, o que é demonstrado pelas recentes eleições no Peru e no Equador.
Finalizamos o episódio com José Roberto tratando da complexa conjuntura brasileira, marcada pela instabilidade e necessidade de ação política para derrotar o governo. A pandemia que mata mais de 3 mil pessoas por dia, a falta de vacinas, o desemprego e o crescimento vertiginoso da fome, em virtude da política negacionista, ultraliberal e reacionária do governo, provoca perda de popularidade, isolamento de Bolsonaro e, agora, abertura de uma CPI no Senado Federal. Essa é uma tensão política que tem sido respondido por Bolsonaro com mais ameaças golpistas que não podem deixar de serem respondidas pela esquerda com a convocação de mobilização com distanciamento social, da mesma forma que tem feito uma série de categorias, como os entregadores por aplicativos.
Avaliamos que estamos em um momento conjuntural melhor lutar por vacinas para todos, renda mínima digna, lockdown nacional, CPI e impeachment de Bolsonaro já! Para levar adiante esse conjunto de lutas especificas e gerais é preciso que a esquerda saia do comodismo fatalista e eleitoreiro e trabalhe de verdade para unificar as categorias que estão em mobilização rumo a uma greve nacional sanitária em todo o país.
Veja o episódio abaixo: