10 de Novembro: Construir o Dia Nacional de Lutas entre os servidores de SBC
SUELI ALVES
Os servidores públicos municipais de São Bernardo do Campo mais uma vez enfrentam um governo (Orlando Morando) que retira direitos e que sequer negocia a reposição salarial. O que fez foi apresentar um índice de reposição salarial humilhante de 2% à categoria e retirar o abono de final de ano.
Mas, os nossos inimigos estão também em outros âmbitos da administração e suas decisões nos atingem em cheio. Temer com o congelamento dos gastos federais por 20 anos afeta o conjunto da administração pública, com a terceirização e “reforma trabalhista” em todas as atividade possibilita uma ainda maior precarização dos serviços e dos trabalhadores municipais e, agora, com a contrarreforma da previdência objetiva estabelecer a idade mínima de 65 anos e 40 anos de trabalho para a aposentadoria, o que na prática significa trabalhar em condições precárias até morrer.
Como podemos observar, as políticas federal, estadual e municipal atingem os trabalhadores do serviço público e o conjunto da população de São Bernardo do Campo. Por isso, precisamos nos organizar de forma articulada com os demais trabalhadores e oprimidos do país em uma forte resistência para manter os direitos historicamente conquistados e que agora estão ameaçados.
Nesse sentido, tivemos no último período 1 dia de paralisação (15 de março) e dois dias de greve geral (28 de abril e 30 de junho) importantes para o enfrentamento com o governo federal que agora nos ameaça com uma reforma da previdência que retira direitos conquistados a duras penas pelos trabalhadores ao longo das últimas décadas, ameaçando inclusive a nossa aposentadoria.
Nos dias 15 de Março e 28 de Abril nós demos uma grande demonstração de força e de luta, nestes dias a categoria se mobilizou contra todos esses ataques junto ao conjunto dos trabalhadores do país; parte importante dos servidores pararam suas atividades e participaram das manifestações.
Porém, a Força Sindical, a UGT e a CUT, central essa que a diretoria do nosso sindicato é submetida, demoraram mais de dois meses para convocar outro dia de Greve Geral, o que possibilitou que o governo retomasse a ofensiva contra os trabalhadores.
Quando, finalmente, foi decido pela convocação da greve geral de 30 de junho, mais uma vez a diretoria do nosso sindicato, e de outros filiados à CUT, não convocou a paralisação, desmobilizando e esvaziando a greve geral que poderia colocar definitivamente o governo federal em xeque.
Nós, que compomos a Conlutas-servidores, mantivemos-nos mobilizados e convocando a greve, pois sabíamos da importância de impor uma derrota a essa política de desmonte dos serviços públicos e de ataque aos direitos trabalhistas.
Porém, ainda temos muita luta pela frente. Precisamos derrotar de vez a reforma da previdência, por isso chamamos todos os servidores a se mobilizarem para o próximo dia 10 de Novembro, Dia Nacional de lutas, chamado pelas centrais sindicais e organizações populares.
É preciso nos reorganizarmos para enfrentar todos os ataques que ainda estão por vir.
SINDSERV DEVE ORGANIZAR A LUTA
Em âmbito local, diante de governos que querem impor o aumento da exploração, precarização e opressão, como é o caso do governo Morando, é preciso que o Sindserv seja de fato um instrumento de luta e resistência da categoria. Para isso, é preciso convocar amplamente as assembleias, discutir democraticamente as pautas e planos de luta e, obviamente, jogar peso para que as ações sejam contundentes.
Os servidores públicos municipais, graças a uma política desastrosa da diretoria do Sindserv, não tiveram condições de reagir até o momento aos ataques do governo Morando.
Essa direção encaminhou uma “campanha salarial” que não foi construída na base da categoria: as assembleias não foram massivamente convocadas e os atos “surpresa” – inclusive para a própria categoria – foram pouco eficientes, pois os servidores ativos não conseguiram participar devido aos horários marcados e a forma como eram realizados, nem mesmo os locais dos atos foram divulgados antecipadamente…
Como vemos, essa prática da direção do sindicato acaba nos desarmando para a luta contra Morando/Temer. A direção do Sindserv andou dizendo que quer unidade de todos para lutar, mas precisa levar essa intenção à cabo para que isso não seja apenas mais uma fala demagógica.
Temos nas próximas semanas a tarefa central de convocar o Dia Nacional de Lutas, que já está sendo convocado por uma série de centrais e movimentos. Assim, se de fato a direção do Sindserv quer unidade tem que garantir material, carro de som e infraestrutura para que a mais ampla convocação do Dia Nacional de Lutas possa ser realizada.
Nós, do Socialismo ou Barbárie, que construímos a CSP-Conlutas, apostamos na organização de um poderoso Dia Nacional de Lutas em 10 de novembro para impedir o avanço as contrarreformas, impor o Fora Temer e construir uma sáida dos trabalhadores para a crise!