Uma Rebelião Negra comove o mundo!

Vidas negras importam!

Ontem, Trump anunciou a mobilização do exército contra as manifestações, mas no dia de hoje as mobilizações seguem ainda mais fortes em todas as cidades dos Estados Unidos e manifestação contra o racismo se estendem para outras partes do mundo.

REDAÇÃO

Em um ato sem precedentes na história recente, Donald Trump anunciou na segunda-feira passada (01/06) a mobilização do conjunto da Guarda Nacional – reserva do exército e força aérea -, as forças armadas e policiais para “dominar as ruas” que há oito dias estão atravessadas pelas maiores mobilizações desde a guerra do Vietnam, às quais qualificou como “terrorismo doméstico”.

Falando em cadeia nacional, o presidente levou o confronto ao máximo ponto até o momento, anunciando um estrito toque de recolher a partir das 19h, hora local e lançou ameaças de graves punições para quem desobedecê-lo.

Também se referiu aos governadores e prefeitos como “fracos” no twitter. Disse que se não reprimirem os protestos ele mesmo enviará o exército aos estados e “resolverá o problema para eles”.

Depois de breve palavras em referência a George Floyd, o magnata estadunidense tentou estabelecer uma linha divisória entre os “manifestantes pacíficos” e os que qualificou como uma “turba violenta”. Uma reles manobra ideológica que parece ter como único efeito animar ainda mais a juventude em rebelião.

Tentou desqualificar o protesto, referindo-se aos manifestantes – dezenas de milhares de jovens que tomaram as ruas exigindo justiça para George Floyd e todos os assassinados pela brutalidade policial – como terroristas, anarquistas profissionais, vândalos e incendiários.

Em seu estilo exagerado e provocador, anunciou que colocará em prática uma “avassaladora presença policial” em todo o país, assim como “soldados fortemente armados” para colocar fim aos distúrbios e que irá “dominar as ruas”.

Desde as páginas do Esquerda Web em várias partes do mundo, defendemos incondicionalmente o direito de mobilização da população negra, jovem e trabalhadora estadunidense, rechaçamos a ação das forças armadas da parte do governo Trump e exigimos justiça para George Floyd e demais assassinados pelo estado racista e policial.

O toque de recolher não impactou as manifestações que processam uma importante experiencia histórica de luta nas ruas das principais cidades dos Estados Unidos e que tem repercussão internacional. Ao contrário, hoje as principais cidades em todo o país voltaram a ser ocupadas por um número ainda maior de manifestantes, pois o que estamos presenciando é uma verdadeira Rebelião Popular, na qual as massas se levantam contra essa brutal combinação de violência racista, racismo estrutural, crise econômica e pandêmica que recai em todo o mundo sobre a população negra.

Essa combinação insuportável de opressão e exploração está impulsionando processos de rebeldia em outras partes do mundo. Hoje uma multidão de mais de 20 mil pessoas, em sua amplíssima maioria jovens, se fez presente na porta do Tribunal de Paris para exigir justiça por Adama Traoré. Um jovem negro de 24 anos que foi assassinado em 2016 pela polícia e que se converteu em símbolo nacional de luta contra a violência policial.

Essa manifestação, que foi tornada ilegal pela prefeitura de Paris, foi reprimida violentamente. Mas essa luta em França, como em outras partes do mundo, tende a se ampliar movidas pelas condições insuportáveis de vida da população negra e por essa histórica Rebelião Negra nos EUA. Esses processos de rebelião popular estão construindo um terreno político muito mais favorável para a luta anticapitalista em relação ao que tivemos nas últimas décadas, por isso, para que sejam vitoriosos devem contar com o apoio incondicional e ativo de toda a esquerda, dos movimentos sociais e de todos que querem superar toda opressão e exploração.

Viva a Rebelião Negra estadunidense!

Vidas negras importam!

Justiça para George Floyd!

Fora exército das ruas!

Fora Donald Trump!