Publicamos abaixo a nota do PSOL sobre a greve dos petroleiros. Essa é uma greve de um setor-chave da classe trabalhadora que enfrenta a política de privatização, demissão, precarização, perda de soberania nacional e alta dos preços dos combustíveis.
A greve nacional dos petroleiros em seu quinto dia, além de enfrentar o governo autoritário de Bolsonaro, também enfrenta o judiciário, que determinou que 90% dos trabalhadores mantenham a produção, a grande mídia e a classe dominante como um todo.
Essa é uma greve que conta com o ativismo direto dos petroleiros, com atos, cortes de rendição e a ocupação. Desde o 31/01 o quarto andar do Edifício Sede da Petrobras está ocupado e os trabalhadores estão sem comida, água potável e energia elétrica.
Pela centralidade e radicalidade dessa greve, que enfrenta o autoritarismo de Bolsonaro e sua politica de privatização e devastação dos direitos dos trabalhadores, inclusive o de organização e luta, é necessário cobrir a greve dos petroleiros de solidariedade.
Além da unificação com os setores que estão mobilizados, como os funcionários da Dataprev, é decisivo o apoio do conjunto das organizações políticas, sociais e sindicais, chamando urgentemente atos em todas as capitais do país em apoio à greve dos peroleiros.
Redação
Nota do PSOL em apoio à greve dos petroleiros
O PSOL Nacional expressa solidariedade e apoio à greve dos trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás, iniciada à 0h de 1º de fevereiro de 2020.
O anúncio do fechamento e as consequentes demissões em massa dos trabalhadores da Araucária Nitrogenados (ANSA/ FAFEN-PR), anunciadas pela atual gestão da Petrobrás, veio se somar a diversas outras ações unilaterais com forte impacto na vida dos trabalhadores, como a mudança das escalas de turno, a implantação do banco de horas e a negativa da empresa em negociar de fato a PLR.
É nítido o objetivo da gestão comandada por Roberto Castello Branco, braço direito de Paulo Guedes escolhido por Bolsonaro, de desmontar a Petrobrás e vendê-la aos pedaços, ainda que às custas de gerar mais desemprego e aumento do preço da gasolina, diesel e do gás de cozinha, além de ameaçar a soberania do Brasil e a nossa capacidade de abastecer de combustíveis um país de dimensões continentais.
Em tempos de emergência climática, num contexto em que se aprofunda a gravidade de um cenário de alterações significativas no clima do planeta, as quais impactam sobretudo os mais pobres – como já estamos observando nas chuvas torrenciais que devastam cidades brasileiras nesse momento – nosso caminho tem que ser o oposto da destruição da Petrobrás, pois queremos fortalecê-la como uma empresa sob controle estratégico do Estado, garantindo que seja uma empresa de energia que invista numa transição que aponte para a superação do modelo energético baseado nos combustíveis fósseis e para justiça climática e ambiental, sem qualquer prejuízo para os empregos e direitos dos trabalhadores da empresa.
Impedir o avanço desse projeto, que tem como uma das etapas a retirada de direitos conquistados pelos petroleiros e o enfraquecimento das representações sindicais dos trabalhadores, é fundamental e vai exigir o apoio do conjunto dos movimentos sociais. Além da Petrobrás, há outras estatais na mira da privatização, como os Correios, a Eletrobrás, Casa da Moeda, Dataprev, e uma vitória do movimento Petroleiro pode impulsionar a resistência de toda a classe trabalhadora do país, que vive momentos de fortes ataques.
Por isso, estaremos atentos a todos os chamados à mobilização realizados pelos sindicatos petroleiros, e convidamos a nossa militância e os filiados a cercarem de apoio essa greve.
Executiva Nacional do PSOL
4 de fevereiro de 2020