UNIFICAR A LUTA CONTRA O MARCO TEMPORAL, PELA REVOGAÇÃO DO NOVO ENSINO MÉDIO E DO ARCABOUÇO FISCAL, ASSIM COMO TODOS OS ATAQUES E CONTRARREFORMAS À JUVENTUDE E TRABALHADORES
É necessário colocar de pé um processo de inflexão política entre as organizações juvenis socialistas independentes, sob a base de um programa combativo. Diante da capitulação das organizações da antiga oposição de esquerda da UNE ao atual governo de coalizão normalizadora do regime burguês, é necessário apontar para a retomada de um movimento estudantil democrático e combativo que se levante contra as reformas neoliberais promovidas – ou mantidas – pelo atual governo de Lula com a burguesia; assim como enfrentar nas ruas a extrema direita bolsonarista que, embora tenha sido derrotada nas urnas, ainda é uma força política com grande penetração territorial e capilaridade social.
Juventude Já Basta!
Entre os dias 12 e 16 de julho, em Brasília, acontecerá o 59° Congresso Nacional dos Estudantes. Um encontro de caráter patrimonial à discussão política dos estudantes, que se totaliza pelo fundamental intercâmbio de interpretações e concepções sobre a realidade política nacional e internacional, no qual se delibera o curso das campanhas e a eleição de uma nova direção da entidade máxima de representação discente no país: a UNE.
Quatro anos se passaram após o último Congresso Nacional dos Estudantes realizado de maneira presencial, em 2019. Neste período, tivemos de encarar uma perigosa e mortal pandemia e, ao mesmo tempo, um governo negacionista e ultra reacionário de extrema direita com intenções golpistas que levou adiante uma série de ataques às massas trabalhadoras.
Como parte do recente processo histórico, o bolsonarismo foi derrotado nas últimas eleições, apesar da frente ampla burguesa de Lula-Alckmin e sua campanha conservadora. Desta forma, a derrota do neofascista tratou-se de uma espécie de auto conquista política dos mais explorados e oprimidos do país, com destaque para o papel central que cumpriu a juventude nas mobilizações de rua contra o bolsonarismo e os ataques à educação, saúde, liberdades democráticas e etc.
Isso nos coloca diante de uma nova e mais favorável situação política para lutar. Uma situação que combina o enfraquecimento da extrema direita, que ainda se mantém como importante força dinâmica na luta de classes do país, com um novo governo que expressa uma coalizão normalizadora do regime burguês de exploração e opressão: uma dose reduzida do veneno de um sistema capitalista feroz e em crise que apresenta categórico avanço na precarização e recrudescimento na condição de vida às novas gerações, mas não sem importantes e heróicas mobilizações dos de baixo. Esse é um arranjo político entre partidos de direita (chamados de “Centrão”), de centro-direita e de centro-esquerda (PT, PSB, PDT, PCdoB e PSOL) que tem um caráter liberal-social.
Ao não ter convocado às ruas e partir para cima da farsa golpista de 8 de janeiro para impor uma derrota categórica à extrema direita, com o objetivo de conciliar com a classe dominante e seus representantes mais diretos para aprovar suas contrarreformas, o governo se enfraquece e, ao mesmo tempo, abre espaço para novas contrarreformas e uma conjuntura mais reacionária.
É necessário enfatizar que o atual governo segue defendendo os interesses da classe dominante nacional alinhada ao imperialismo. Lula-Alckmin, com o apoio da esquerda da ordem (PSOL e afins), apoia-se em uma precária governabilidade. Em um momento, tutelada e, em outro, chantageada pelas forças reacionárias do Centrão, mas sempre com o sentido de impor medidas reacionárias. Essa estruturação política típica de todo governo burguês de conciliação de classes – governar apoiado nas instituições burguesas, de costas para o movimento e cooptando suas direções – tem aberto o caminho para uma conjuntura favorável para impor todas as contrarreformas da burguesia. Ou seja, ao governar com o Centrão em detrimento dos interesses dos trabalhadores, da juventude e dos oprimidos, o governo se tornou refém da sua própria frente ampla, na qual quem dá a palavra final é a classe dominante.
Como contribuição ao debate em vistas à chegada do 59° CONUNE, ressaltamos que compreender o caráter do atual governo – um governo burguês de conciliação de classes – e os métodos necessários para impor de uma vez por todas uma derrota categórica à extrema direita – a luta direta das massas nas ruas -, devem ser pontos de partida inegociáveis para alçar uma luta do movimento estudantil que encare de maneira resoluta os históricos desafios de reverter as contrarreformas do Ensino Médio, Trabalhista e Previdenciária, bem como os novos ataques do novo teto de gastos e o criminoso e inconstitucional marco temporal com a PL 490.
Portanto, nós da juventude Já Basta! reivindicamos a construção de uma UNE independente deste governo, dos patrões e da burocracia que tem servido ao longo do tempo como força contentora da mobilização da juventude e das massas trabalhadoras. Fazemos um chamado aos estudantes e às organizações socialistas independentes presentes na Universidade de São Paulo para conformar uma chapa que contribua à necessidade histórica de construir uma nova oposição de esquerda ao Congresso Nacional dos Estudantes.
POR TUDO ISSO, NÓS DA JUVENTUDE ANTICAPITALISTA JÁ BASTA! DEFENDEMOS:
- PLANO NACIONAL DE LUTA CONTRA O MARCO TEMPORAL – PL 490;
- MOBILIZAR E EXIGIR AO GOVERNO A REVOGAÇÃO IMEDIATA DO NOVO ENSINO MÉDIO;
- FIM DOS VESTIBULARES E DEFESA DAS POLÍTICAS DE PERMANÊNCIA, PRINCIPALMENTE DAS BOLSAS QUE ATUALMENTE ESTÃO SENDO ATACADAS PELA REITORIA DA USP;
- APOIO AO PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO E LUTA DEMOCRÁTICA DOS ENTREGADORES PELO RECONHECIMENTO DOS SEUS DIREITOS COMO PARTE DA CLASSE TRABALHADORA;
- REVOGAÇÃO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA E TRABALHISTA;
- REVOGAÇÃO DO NOVO ARCABOUÇO FISCAL;
- PRISÃO DE BOLSONARO E DE TODOS OS GOLPISTAS E GENOCIDAS.