Temer e Coutinho são os responsáveis políticos
Publicamos abaixo a nota da CSP-Conlutas de 10/12/19 sobre o assassinato de dois militantes do MST no último dia 8 na Paraíba. Jagunços encapuçados invadiram o acampamento Dom José Maria Pires e executaram dois de seus coordenadores.
Em primeiro lugar, solidarizamo-nos com as familias, os companheiros do acampamento e com o MST. Queremos dizer em primeiro lugar que os responsáveis politicos por esse crime são os governos federal (Michel Temer-MDB) e o estadual (Ricardo Coutinho-PSB), pois não garantem o direito básico de organização, ocupação e produção.
Em segundo, diante do governo eleito, Jair Bolsonato, que prega abertamente o fim de todo movimento social e quer incluir os movimentos na “lei antiterrorismo” para criminalizar de vez toda e qualquer forma de luta, é necessária a mais ampla solidariedade para redobrarmos nossa organização, mobilização e autodefesa, principalmente nas regiões em que a luta é mais dura e violenta.
Além disso, somarmo-nos ao coro dos que exigem que os responsáveis – mandantes e executores – desse bárbaro crime contra os trabalhadores e seu movimento sejam julgados e punidos. Desta forma, queremos dar todo apoio à luta dos trabalhadores sem-terra e à reforma agrária sob controle dos trabalhadores.
Chega de violência contra os trabalhadores no campo!
Que os asssassinos e mandantes sejam punidos!
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Até quando?*
Sobre o assassinato dos dois militantes do MST na Paraíba: basta de violência e impunidade!
No último sábado (8), dois líderes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) foram brutalmente assassinados em Alhandra, na Paraíba. Rodrigo Celestino (38 anos) e José Bernardo da Silva (46 anos), conhecido como Orlando Bernardo, eram coordenadores do acampamento Dom José Maria Pires, que fica na área da fazenda Guarapu, do Grupo Santa Tereza, ocupada desde julho de 2007.
Relatos de testemunhas revelam que, por volta das 19h, jagunços contratados por latifundiários da região entraram encapuzados no acampamento e metralharam os dois agricultores que jantavam no local.
A CSP-Conlutas se solidariza com os familiares, amigos(as) e militantes do MST e se soma à indignação contra esses brutais crimes.
O assassinato de mais dois trabalhadores e lutadores sociais demonstra lamentavelmente, mais uma vez, que o latifúndio neste país não estabelece, por um segundo sequer, trégua com os trabalhadores do campo em relação às suas mínimas reivindicações, situação que, no próximo período, com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL), tende a recrudescer cada vez mais.
O Brasil figura como um dos principais países onde mais se criminalizam os movimentos sociais com ameaças de prisão, processos por lutas em defesa de direitos classistas e também por morte de militantes. Isso, infelizmente, atinge especialmente os (as) trabalhadores (as) do campo brasileiro e o MST tem sido, ao longo dos anos, um dos movimentos mais atingidos.
Nesse cenário, a Paraíba e o Nordeste são palcos de assassinatos de diversas lideranças e trabalhadores (as) camponesas, assim como de impunidade. Assim foi, por exemplo, com Nego Fuba, João Pedro Teixeira, Margarida Maria Alves, e agora, com Rodrigo e Orlando.
Essa situação demonstra aos (às) lutadores (as) que não é possível recuar um milímetro sequer na luta pela Reforma Agrária e contra o latifúndio e o agronegócio.
A CSP-Conlutas exige do governo Ricardo Coutinho (PSB) e seus órgãos institucionais uma apuração rápida e rigorosa para que os executores e mandantes desses assassinatos sejam identificados e responsabilizados.
Basta de mortes e impunidade no campo. Pelo direito à autodefesa dos trabalhadores(as) e lutadores(as) sociais!
*Publicado originalmente em http://cspconlutas.org.br