Greves derrubam o presidente da Petrobrás

Unificar as lutas para impor uma saída dos trabalhadores para a crise

A greve nacional dos petroleiros, iniciou-se atrasada porque a burocracia segurou ate onde pode a pressão grevista pela base que queria iniciar a greve na segunda-feira para empalmar com a greve dos caminhoneiros e disputar a pauta com a direta, parecia sair derrotada porque mesmo antes do seu inicio sofreu um duro ataque do judiciário, acaba de obter uma vitória politica extraordinária com essa demissão de Pedro Parente. 

Além disso, os caminhoneiros não parece que se desmobilizaram por completo, há resíduos de manifestações pelo país e alguns grupos prometem nova greve para segunda-feria. A correlação de forças não mudou por completo, o governo quer “compensar” a redução do preço do diesel reduzindo verbas para saúde e educação e atacou duramente a greve dos petroleiros. Mas a polarização politica se agudizou novamente, a politica de preços da Petrobrás – submetida diretamente a oscilação de preços diária internacional – está totalmente questionada, o mercado está “nervoso” e a sensação é de terra em transe…

Assim, estamos em uma nova crise política nacional em carne viva, a extrema direita tem infiltração organizada entre os caminhoneiros que tem sido base para sua ação desde a crise que levou ao impeachment de Dilma, mas o espaço à esquerda é grande porque a extrema direita não pode oferecer uma saída real para os caminhoneiros, para a crise dos preços e para os trabalhadores, obviamente. O problema segue sendo o tremendo muro de contenção do lulismo para que a crise tenha um desfecho de enfrentamento consequente com o neoliberalismo, com a institucionalidade e com a extrema direita para que possamos disputar a onda de indignação pela esquerda, mudar a correlação de forças e começar a impor derrotas mais significativas ao governo.

Contraditoriamente, as bases do lulismo o apoio a greve dos caminhoneiros é de mais de 80%, o que coloca um espaço para disputa da esquerda socialista, particularmente para o PSOL. Por isso, urge enfrentar essa nova crise politica com uma clara diferenciação e com uma politica independente dos patrões e da direita, da burocracia lulista e do sectarismo estéril. Apresentando assim claramente um programa dos trabalhadores para a crise, com bandeiras próprias, diferenciação da burocracia e presença física nas manifestações. 

Defendemos unificar as lutas pela redução geral dos preços de todos os combustíveis; Petrobrás 100% estatal e sob controle dos trabalhadores, em defesa das verbas de saúde e educação; garantia de todos os direitos democráticos, nenhuma punição ou multa aos grevistas, do direito de greve dos petroleiros e de luta de todos os trabalhadores e oprimidos; fim da intervenção militar no Rio de Janeiro, justiça por Marielle Franco, liberdade para Lula; Fora Temer, eleições gerais sob regras democráticas já.