Isso foi aprovado hoje pelo Senado a pedido do presidente colorado, Mario Abdo Benítez. Nada casual, amanhã haverá uma reunião entre um Secretário de Estado de Trump, Abdo Benítez e nada mais e nada menos que o golpista Guaidó. Uma evidente interferência ianque.
Equipe de redação do portal IzquierdaWeb, 28 febrero, 2019
A desculpa oficial para a entrada de tropas pertencentes ao Grupo de Forças Especiais da Armada dos Estados Unidos é a “coordenação” contra o tráfico de drogas e o cumprimento de funções de “instrução”. Mas, como os senadores da oposição denunciaram na sessão extraordinária de hoje, ninguém sabe como seria o papel “docente” dos fuzileiros navais. Não foi explícitado o conteúdo do projeto apresentado a toda velocidade ao Senado, que levantou a mão servilmente.
Vindo de um partido historicamente narco com presidentes notoriamente narcos (como o antecessor do atual, Cartes), a desculpa da luta contra o narco soa pelo menos suspeita.
Os “instrutores” entrarão no território paraguaio não com giz, papel e lápis, mas com seu próprio equipamento militar, armados até os dentes e a aviação também própria, sem controle de instalações.
A ninguém deveria soar casual que coincida com o movimento político dos Estados Unidos para fortalecer seu controle sobre a área no meio da crise venezuelana. Muito menos depois do fervoroso apoio que Guaidó recebeu de Abdo Benítez e do detalhe de que eles se encontrarão amanhã em Assunção com a presença dos representantes diretos de Trump. Isso não significa que as tropas que entram no Paraguai intervenham diretamente na Venezuela (longe de serem capazes de fazê-lo), mas que a capacidade logística dos Yankees é fortalecida em toda a região. Esse tipo de acordo sempre teve esse conteúdo, em que grupos de “instrutores” comandam os exércitos cipaios para defender mais e melhor os interesses locais de seus chefes imperialistas.
O regime político pseudo-democrático do Estado paraguaio sempre foi, historicamente, um capacho servil dos Estados Unidos. O Partido Colorado é praticamente um regime de partido único com alguma maquiagem, mal aplicada e de mau gosto, aqui e ali. Lembre-se que foi o partido de Stroessner, ditador militar do país por mais de 30 anos, que foi deposto por um golpe liderado por outro Colorado, também militar. O governo de Stroessner terminou em 1989 como começou em 1954, com um golpe do Partido Colorado contra o Partido Colorado. Seus altos funcionários sempre foram militares ou oficiais do alto escalão das Forças Armadas. Os colorados governam o país ininterruptamente desde 1948 com a única exceção da presidência do deposto Lugo. Isto é, durante os últimos 71 anos, eles governaram 67. E seu currículo não tem nem traços de caprichos antiimperialistas, a subordinação aos Estados Unidos sempre foi historicamente consistente.
Tradução: José Roberto