Em defesa do socialismo e da liberdade!

Some-se à luta em defesa do PSOL como instrumento de mobilização, democrático e pela base de independência de classe

No interior do PSOL e da esquerda em geral tem se feito uma enorme confusão entre as táticas de unidade de ação e/ou frente antifascista com a de frente política/eleitoral. Desvio esse de ordem tática mas que tem grande repercussão em nossas estratégias, particularmente a de construir um partido que supere a influência do PT entre os trabalhadores e os oprimidos. A luta para derrotar Bolsonaro nas ruas ou nas urnas não pode se confundir com unidade politico-programática, com o ingresso em uma frente popular burguesa que nos faça abrir mão do nosso programa ou, pior, faça-nos reféns/cúmplices de um governo que se voltará necessariamente contra os trabalhadores, como outros governos petistas. Nesse sentido, o texto abaixo é um chamado à base do partido para a luta por resgatar as táticas políticas e construtivas que estão de acordo com a estratégia incontornável de superação do lulopetismo como condição de construção do PSOL, da organização e da mobilização independente da nossa classe.

Redação

REBEKA DIAS e FABRÍCIO CESAR*

O PSOL surgiu da insatisfação e discordância com os rumos que o Partido dos Trabalhadores (PT) tomou ao se tornar governo em 2002, que governou para a classe dominante a partir da “Carta aos Brasileiros” e trabalhou para que todas lutas sociais fossem cooptadas pela institucionalidade. Firmaram acordos com partidos da ordem e aderiram as demandas do capital com a implementação de reformas de caráter Neoliberal, como a Reforma da Previdência, e, com isso, o total abandono das pautas de reformas populares, como a Reforma Agrária e outras. O PT governou para os bancos, sem rever as privatizações da era FHC (governo do PSDB), e assim tocou seus anos no poder a mando da burguesia e suas necessidades.

Rompendo com essa lógica, o Partido Socialismo e Liberdade nasceu do desejo da mudança radical, voltado à causa dos trabalhadores e da recuperação dos ideais socialistas junto a nossa classe, capaz de garantir a melhoria de vida da população pobre, majoritariamente negra, ou seja, dos oprimidos e explorados, a partir de sua própria organização. No entanto, o PSOL tem sido atacado por forças políticas oportunistas internas e externas que querem ditar outras propostas que se alinham com as políticas infames de tentativa de conciliação de classes.

Sabemos que o termo conciliação só pode ser usado quando as partes são iguais, isto é um postulado inclusive do Direito, e é a base para as negociações em alguns casos de processo civil. No entanto, POLITICAS DE CONCILIAÇÃO ENTRE PARTES NÃO IGUAIS É O MESMO QUE PREJUDICAR UMA PARTE A ENGANANDO COM PALAVRAS BONITAS. Quer dizer, entre os interesses do patronato (e de quem os apoia) e os interesses dos trabalhadores não há conciliação possível.

A partir dessas colocações, todas as manobras feitas por parte da Direção Nacional, das Estaduais e Municipais do PSOL em favor de acordos com partidos da ordem (isso inclui o PT) são indignas de nossa história e lutas. São traições rasteiras que eliminam o caráter de classe do partido e que nos fragiliza do ponto de vista da luta de classes.

Deste modo, é preciso uma reação a altura dos fatos. É preciso tomar as rédeas da situação e nos colocarmos firmemente na direção correta, da independência política do PSOL, na direção da reconstrução dos ideais socialistas, da busca incessante da militância combativa e da disposição em lutar contra a barbárie capitalista, das distorções e manipulações de direções oportunistas e do sonho de concretizar uma sociedade justa para todos e todas.

Desde já, ingressamos no PSOL e no MOVIMENTO ESQUERDA RADICAL para aglutinar todas as forças que estão com os mesmos propósitos de manter o PSOL como partido e instrumento da classe trabalhadora, que não permitirão a cooptação de forças da ordem para projetos de poder vazios e que nos levarão cada dia mais a miséria material e política.

É por acreditar na juventude, nas mulheres e nos militantes que lutam diariamente nos movimentos de gênero, antirracista e ambiental, que se juntaram ao PSOL como instrumento de luta real, para além de disputas meramente eleitorais, demonstrados no 29M e no 19J, que temos a certeza que os liquidacionistas não passarão.

É por essa convicção que chamamos, então, todos aqueles que verdadeiramente estão do lado da classe trabalhadora e dos oprimidos para se juntarem a nós, a conhecerem a CORRENTE SOCIALISMO OU BARBÁRIE – TENDÊNCIA DO PSOL (SoB), a lerem atentamente a Tese do Movimento Esquerda Radical, apoiarem a pré candidatura de Glauber Braga, e que participem das plenárias municipais de suas localidades.

Defendamos um PSOL de luta, organizado pela base e que alcance tudo o que sonhamos e que, verdadeiramente, pode ser realizado, basta querer e trabalhar com paixão e consciência de classe para sua consecução.

*Companheiros da tendência Socialismo ou Barbárie e do Movimento Esquerda Radical que atuam em Campinas e região       

Leia a tese estadual do Movimento Esquerda Radical em HTTP://esquerdaweb.com/tese-do-movimento-esquerda-radical-ao-congresso-estadual-do-psol/