França: A Nova Frente Popular em primeiro na frente de Macron, a extrema direita de Le Pen termina em terceiro
Com uma participação recorde de 67,1% do eleitorado, o resultado das eleições legislativas desenha uma vitória surpreendente da Nova Frente Popular. A aliança entre a França Insubmissa, PS, Verdes e o PFC elegeu a maior bancada da Assembleia Nacional, porém não atingiu a maioria absoluta.
Por Agustin Sena
Tradução de redação Esquerda Web
A coalizão governista de Macron, “Juntos pela República”, ficou em segundo lugar. O presidente perdeu cerca de 100 deputados, porém evitou o pior para o seu governo e manteve um bloco parlamentar considerável.
Para Marine Le Pen e o Reagrupamento Nacional (RN), tratou-se de uma derrota, embora tenham eleito a maior bancada parlamentar de toda a sua história política. O RN terminou a corrida em terceiro lugar, longe da maioria absoluta prevista pelas pesquisas após a sua vitória no primeiro turno.
Logo após os primeiros resultados, o primeiro-ministro Gabriel Attal, deputado pela aliança macronista, saiu a público para anunciar que apresentaria sua demissão à Presidência da República na segunda-feira pela manhã. Macron, por outro lado, preferiu não se pronunciar esta noite. No início da semana, novos anúncios deverão ser feitos após os resultados deste domingo.
Partilhamos o sentimento de alívio de um amplo setor da população, dos trabalhadores e da juventude: a extrema direita não chegou ao poder. No entanto, o avanço eleitoral do RN reflete uma ascensão do ideário reacionário e reforça a tarefa de combatê-lo de forma independente e extraparlamentar.
Nesta noite, as mais diversas figuras do establishment político, tanto da direita como da esquerda, contentaram-se por conseguir “devolver o poder ao parlamento” (burguês), reabilitar o jogo parlamentar e já se pronunciaram em favor da formação de alianças e coalizões para um novo governo. Não confiamos no parlamento nem no próximo governo. Confiança temos apenas em nossas lutas.