Contra a criminosa MP 979/20 e os ataques sistemáticos contra a educação, a ciência e contra todos os explorados e oprimidos, é preciso mobilizar para que a juventude nacional, setor mais dinâmico de enfrentamento a Bolsonaro, tome as ruas em uma permanente luta contra o governo e em defesa da autonomia universitária.

Renato Assad

Nesta quarta-feira (10), foi publicada do Diário Oficial da União a Medida Provisória 979/2020, editada pelo governo genocida de Bolsonaro que concede autonomia à nefasta e criminosa figura de Weintraub, ministro da educação, na escolha de reitores para as instituições públicas de ensino federais.

Por se tratar de uma MP esta perigosa manobra já se encontra vigor e coloca todo o poder de escolha ao ministro sem qualquer necessidade de consulta à comunidade acadêmica. A nova e autoritária dinâmica de escolha e reitores poderá atingir 15 universidades e 4 institutos federais de ensino, além do Colégio Militar Dom Pedro II.

Com essa medida Bolsonaro acaba com a lista tríplice, método adotado pelas instituições de ensino federais para a escolha de reitores e vice-reitores durante a pandemia. Apesar deste não ser o mais democrático dos métodos e apresentar debilidades na representação por parte do corpo discente (alunos) e dos funcionários das Universidades e Institutos, não podemos aceitar este retrocesso que tem como único objetivo a transferência direta da política anti-ciência e de desmonte da educação pública.

Trata-se de uma medida inconstitucional e mais um elemento que deixa claro quais são as reais intenções bonapartistas de fechamento do Estado Democrático de Direito para enfrentar a crise. Ainda hoje, PSOL PCdoB, PSB, PDT, PT, Cidadania, REDE e PV ingressaram com uma ação direta de inconstitucionalidade no STF para derrubar a MP 979.

Ressaltamos a importância dessa ação por dentro das instituições, mas a mobilização pelas ruas paralelamente se faz fundamental para denunciar e derrotar esta MP que coloca o bolsonarismo na direção das nossas instituições públicas de ensino. Para além disso, é preciso organizar essa nova geração que se levanta internacionalmente contra governos de extrema-direita para dizer basta de racismo, xenofobia, machismo e precarização laboral, para impulsionar as mobilizações nacionais que começam a mexer na correlação de forças com o governo.

É preciso que UNE, UBES, os partidos da esquerda da ordem como o PT e principalmente nosso partido, o PSOL, convoquem e construam o ato marcado para esse domingo (14/06), que irá acontecer nas principais capitais do país e em outras várias cidades brasileiras.

Como dissemos anteriormente, um movimento antifascista de massas está sendo gestado, e hoje a tarefa central se faz pela disputa da consciência de setores históricos de nossa classe, para mudar de uma vez por todas a correlação de forças com o governo e pressionar as instituições para que avancem no processo de cassação da chapa Bolsonaro/Mourão. 

Pela autonomia universitária, pela ciência, pela juventude periférica, pelos entregadores de aplicativos e por todos os explorados e oprimidos, a Juventude Já Basta convoca todas e todos para ocuparem a Av. Paulista neste domingo (14) às 14 horas, no vão do MASP. Não se esqueçam de usar mascara, levar álcool gel e usar vestimenta que cubra a maior parte do corpo e de se atentar a uma distância segura entre todas e todos nós.

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