Novos processos administrativos (leia-se, perseguição política) são movidos contra estudantes e trabalhadores. O objetivo da reitoria é calar as vozes dissonantes contra o processo em curso de privatização e militarização da universidade
Ameaçados são integrantes da luta por uma universidade pública e de qualidade para a maioria
No dia 8/11do ano passado foram presos 73 estudantes e trabalhadores na reintegração de possa da reitoria. Na truculenta operação policial foram, inclusive, presos vários estudantes por se manifestar do lado de fora contra a prisão arbitrária dos colegas. Já no dia 5/2 deste ano, em pleno domingo de carnaval, um efetivo de mais de 200 policiais prendeu 12 estudantes que ocupavam a moradia retomada (térreo do bloco G) sem ao menos que esses pudessem ler a ordem de reintegração de posse.
O movimento de ocupação lutava contra as medidas privatizantes, processos administrativos, regime de perseguição e vigilância ao movimento (centralizado desde o gabinete do reitor) e a instalação das bases policiais no interior da universidade.
Os estudantes que foram presos lutavam contra essa situação e reivindicavam vagas para todos os estudantes que precisam, além de autonomia a todos os espaços estudantis, inclusive aos de moradia. É importante notar que a política de permanência estudantil na USP é vergonhosa, não atende nem a 3% dos estudantes.
Nos dois casos, portanto,os estudantes se manifestavam em defesa da universidade pública, por políticas de ampliação do acesso e permanência no interior da universidade, contra o regime ditatorial baseado em decretos da ditadura militar e contra a presença da PM no campus.
Não deixaremos passar mais nenhum ataque ao direito de
organização e luta
Essas prisões, e os processos administrativos que decorrem delas ou de boletinsde ocorrência, são parte do expediente para montar verdadeiros tribunais de exceção com rito sumário objetivandoexpulsar estudantes e trabalhadores que, na perspectiva da reitoria e do estado de São Paulo, são empecilhos para a modernização reacionária da universidade,que consiste basicamente em adequar a universidade aos interesses diretos do mercado. Com esse intuito já foram expulsos da universidade um diretor do SINTUSP e oito estudantes.
Temos que soar todos os sinais de alerta para calar as sirenes.Não podemos permitir mais, na forma de eliminação de ativistas, nenhum ataque ao movimento de luta contra a privatização da universidade e por sua democratização. Ao contrário do que muitos pensam, consideramos que é possível derrotar Rodas contra seu intento de destruir a organização dos trabalhadores e estudantes e privatizar a universidade.
É necessário compreender que a ameaça de eliminação e de demissão é uma ameaça contra todos nós, pois visam calar todos, não apenas os que sofrem diretamente os processos, mas tambémpreparar as condições para acabar com o caráter público na universidade. Passos concretos nesse sentido já está sendo dados, o projeto de “reforma” que prevê cursos pagos na pós-graduação, é mais um exemplo.
Todos (as) ao ato contra perseguição política
No dia 16 de maio, ocorrerá o primeiro depoimento no processo administrativo montado pela reitoria para julgar os estudantes que participaram da ocupação da reitoria em novembro de 2011. Construir um ato massivo nesse primeiro momento é uma importante demonstração de força e de que esses lutadores não estão isolados.
Essa campanha passa imediatamente pelaconstrução de um ato massivo no dia 16/05. Fortalecer o ato do dia 16 é importante tanto no sentido de pressionar a comissão processante de Rodas, como também criar condições para que na assembléia do dia 17/5 possamos dar passos no sentido de irmos à greve unificada de todos os setores da universidade contra a privatização, repressão política e policial e por uma universidade para a classe trabalhadora e dirigida por estudantes e trabalhadores.
Calendário:
16/5 – 9h Concentração em frente á reitoria seguida de passeata até o local da oitiva.
17/5 – 18h Assembleia Geral (His/Geo) com paralisação das aulas.