por Juventude Já Basta!

 

Fracassa a conciliação lulista

Entramos em uma etapa de crises múltiplas com o imperialismo retomando os seus aspectos mais protecionistas, colonialistas e militaristas, e o bonapartismo de extrema direita de Trump declarando guerra a todos os explorados e oprimidos. Entretanto, importantes processos de resistência começam a se processar em todas as latitudes do planeta. No Brasil temos uma conjuntura de dupla crise. De um lado, o governo Lula 3 com queda de popularidade e nas cordas e, de outro, Bolsonaro e chefes militares sendo processados e com a possibilidade de serem presos, o que seria inédito na história do país! 

Mas, mesmo com a crise do bolsonarismo, o lulismo e sua base (sindical e política) não apresentam nenhuma medida concreta para capitalizar a crise da extrema direita e/ou para impulsionar qualquer mobilização das massas. Já a extrema direita, tem sido mais eficiente em suas iniciativas de recuperação, o PL de anistia já alcançou mais de 300 votos para tramitar em regime de urgência no Congresso. Assim, a depender de Lula e do lulismo – que negocia com o Centrão a redução das penas e está contra a mobilização nas ruas -, a extrema direita sairá vitoriosa desse processo, o que significaria uma séria ameaça aos direitos democráticos dos trabalhadores.

Superar oportunismo da esquerda da ordem e economicismo do PSTU e do MRT

Além das traições do lulismo, como CUT, PT, PSOL e de organizações que passaram ao oportunismo de malas e bagagens, como Resistência e outras, causa indignação setores da esquerda revolucionária, como o PSTU e o MRT, negarem-se veementemente a encarar a necessária luta nas ruas para derrotar a extrema direita através da prisão de Bolsonaro. Essa posição não passa de um velho economicismo que capitula ao baixo nível de consciência e aos aparatos sindicais, tendo como resultado prático que as tarefas políticas essenciais não são discutidas entre os trabalhadores para que lutem efetivamente por elas nas ruas; distanciando, assim, as massas das disputas nacionais.

Diante da possibilidade de prender Bolsonaro e os demais chefes golpistas, não podemos ter saídas maximalistas típicas do PSTU, como “para derrotar a extrema direita, façamos a revolução…”, ou covarde centrismo do MRT de que “não podemos lutar pela prisão de Bolsonaro porque isso fortalece o judiciário…”.

A anistia aos golpistas ou o abrandamento das penas – como negocia o governo – significará a legalização do golpismo, espaço para o retorno de Bolsonaro ao poder e um cenário perfeito para novos golpes da extrema direita. Se a concepção economicista é um desastre total em tempos “normais”, não romper com essa linha em momentos em que os direitos democráticos estão sendo seriamente ameaçados, é um crime político. Por outro lado, assistimos ao aquecimento de mobilizações por categoria, como é o caso da greve histórica dos entregadores por aplicativos, da mobilização contra a escala 6×1 e do funcionalismo público. Além da sua importância específica, esses movimentos permitem processos de unificação e impulsionam a retomada da luta política feita pela classe trabalhadora nas ruas. Assim, estaremos nas ruas por:

  • Todo apoio às reivindicações e à auto-organização dos entregadores!
  • Fim da escala 6×1! Por uma jornada de trabalho de 30h semanais sem redução de salário!
  • Prisão de Bolsonaro e todos os golpistas de hoje e ontem! fim da Lei de Anistia, dos tribunais e Polícias Militares!
  • Não às contrarreformas, privatizações e ataques de Lula e dos demais governos de todas as instâncias!
  • Pela ruptura imediata das relações diplomáticas e econômicas com Israel! Por uma Palestina livre, laica e socialista!

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