Renato Assad

Com manifestações bolsonaristas neste último Primeiro de Maio pedindo mais uma vez intervenção militar e o fechamento do regime, a partir de uma nova palavra de ordem “eu autorizo presidente”, e com o recente andamento da CPI da covid-19, Bolsonaro partiu mais uma vez para uma ofensiva fazendo graves ameaças ao estado democrático de direito.

Dessa vez o presidente, em cerimônia realizada no palácio do Planalto nesta quarta-feira (5), ameaçou baixar um decreto contra a autonomia de governadores e prefeitos de garantirem um isolamento social, por mais que estes não sejam eficazes e não passem de um negacionismo com outra estética, com base em uma sanha autoritária e numa interpretação bonapartisa do artigo 5º da Constituição. O presidente genocida ainda foi além em suas ameaças para garantir “a liberdade de culto, de poder trabalhar e o direito de ir e vir” e disse que se baixar esse Decreto a medida “não poderá ser contestada por nenhum tribunal”.

Pressionado pela CPI da covid-19, que coloca holofotes e documenta a política genocida desse governo, Bolsonaro voltou a dizer também em seu pronunciamento sobre o voto auditável, uma clara tática de armar terreno para o fechamento do regime contra uma possível derrota eleitoral em 2022.

Insistimos mais uma vez de que a conjuntura para lutar e derrotar Bolsonaro de uma vez por todas se apresenta mais favorável neste momento. Porém, tomada por incertezas e uma instabilidade cunhada por ameaças autoritárias e uma indefinição política com possibilidades e perigos, é preciso encontrar pontos de apoio para a luta imediata contra esse governo genocida e o seu projeto autoritário de manutenção de poder. Impedindo qualquer recuperação do governo que se encontra em seu pior momento e, assim, inverter a correlação de forças de maneira definitiva.

Tudo indica que a polarização seguirá ganhando corpo, rompendo com os limites institucionais e podendo assim sim desenhar novos capítulos pelas ruas, escancarando a necessidade de passarmos de espectadores da realidade para construtores de uma saída humanizada pelos e para os trabalhadores desta crise.

Assim, a nossa política segue afirmando que temos que mobilizar para que a pandemia e a crise sócio sanitária sirvam para engrenar um processo de impeachment e derrotar Bolsonaro de uma vez por todas. Mas, para que isso aconteça, é preciso superar a capitulação da esquerda frente ao desastre humanitário que ocorre no Brasil e construir uma frente de luta pela base, junto aos setores mais dinâmicos da luta de classes que dialogue com as massas e possa exigir o acesso à vacina, um isolamento social efetivo e uma renda de salário mínimo para todos os desempregados até no fim da pandemia.

FORA BOLSONARO!

VACINA JÁ!

ELEIÇÕES GERAIS JÁ!