Temos de enterrar essa contrarreforma
ANDREIA SILVA
As centrais sindicais (CUT, Força, UGT, Conlutas e Intersindical) convocaram para o dia 19 de fevereiro um Dia Nacional de Lutas contra a “reforma da previdência” de Temer. Todos sabem o que significa essa contrarreforma: estabelecer a idade mínima de 65 anos de idade e 40 anos de contribuição para que se possas aposentar. Em outras palavras, o fim do direito à aposentadoria para a ampla maioria dos trabalhadores, pois a expectativa de vida em muitas regiões, cidades e bairros não ultrapassa 65 anos. Além disso, fruto da “reforma trabalhista”, houve uma precarização ainda maior do trabalho e redução do número de trabalhadores com carteira assinada, assim será ainda mais difícil obter 40 anos de contribuição – tudo isso para garantir taxas ainda maiores de lucro para banqueiros e patrões em geral.
O governo está a todo vapor, comprando votos, negociando vantagens com os deputados e partidos burgueses e fazendo campanha diária nos grandes meios de comunicação para aprovar essa contrarreforma ainda neste mês. Temer quer colocar a reforma em discussão para aprová-la na próxima semana (iniciando a discussão no dia 20/02 e a votação no dia 28/02). Como se pode verificar, temos pouquíssimo tempo para mobilizar todas as categorias, as mulheres e a juventude para barrar mais esse ataque contra o conjunto da classe trabalhadora e dos oprimidos.
Como se vê, esse é um ataque histórico e, por isso, não podemos deixá-lo passar. Se Temer e sua corja forem vitoriosos, a situação ficará ainda mais favorável para a classe dominante e muitos outros ataques virão. Por outro lado, se conseguirmos resistir, podemos colocar como perspectiva a luta para reverter a PEC da Morte (congelamento dos gastos públicos por 20 anos), a contrarreforma trabalhista e outros. Mas, ao invés de fazer uma chamado para uma poderosa Greve Geral, as centrais sindicais pelegas convocaram apenas um Dia de Lutas para 19/02. Mas, apesar dessa medida ser extremamente recuada diante da necessidade da resistência e possibilidade de vitória, pois a ampla maioria da população está contra a “reforma da previdência”, o que faz os políticos burgueses estarem com medo de votá-la e não se reeleger nas próximas eleições.
Devemos exigir que a burocracia sindical (CUT, Força, UGT e etc.) coloque todo peso político e o aparato para construir de fato uma mobilização que consiga barrar definitivamente mais esse tremendo ataque contra os trabalhadores. Sabemos que esse dia de lutas é importante, mas para derrotar definitivamente essa “reforma” teremos que desenvolver uma poderosa onda de mobilizações que desemboque em uma Greve Geral ativa, ou seja, que os trabalhadores estejam mobilizados nas ruas. Para isso, é necessário que a luta seja construída pela base, com assembleias e reuniões em todos os locais de trabalho e que todas centrais, movimentos e partidos comprometidos com a luta se unifiquem em torno da sua convocação. O que não significa, de forma alguma, abrir mão da liberdade de crítica aos setores pelegos e burocráticos.
Desta forma, nós do Socialismo ou Barbárie – tendência do PSOL, colocamo-nos ao lado da convocação do Comitê ABCDMRR Contra as Reformas e do ABC Sem Medo (Frente Povo sem Medo no ABC) para nessa sexta-feira, dia 16/02 às 17 horas, na Praça Matriz em São Bernardo do Campo, realizarmos um grande Ato Preparatório ao Dia Nacional de Lutas.