AGU intima Boulos por “vandalismo”

Não vão nos intimidar com perseguição judicial.” [1]

José Roberto, 19/02/2019

Na mesma semana em que o governo Bolsonaro apresentará a sua proposta de contrarreforma da previdência (no mesmo dia em que as Centrais convocaram o Dia de Paralização em Defesa da Previdência Pública, 20/02), a Advocacia Geral da União sob a surrada alegação de baderna e entendendo que “…a União se viu privada de um dia de produtividade dos servidores federais lotados no Ministério da Fazenda e no Ministério do Trabalho e Emprego, razão pela qual há de ser ressarcida, também, pela quantia equivalente a um dia de trabalho de todos os servidores ali lotados”, resolveu INTIMIDAR Guilherme Boulos, por sua coragem em defesa dos direitos dos trabalhadores: “Depois de denunciar na Revista Época que recebi absurdas intimações judiciais sobre casos de 7 anos atrás, hoje chegou mais uma. Ação da AGU pedindo R$105 mil por uma manifestação contra a Reforma da Previdência em 2017 em Brasília, dirigida a mim e a liderança do MST e da CUT. Exatamente na semana em que Bolsonaro quer apresentar a sua Reforma da Previdência.”

Claramente o governo Bolsonaro resolveu partir de vez para a criminalização dos movimentos populares e o ataque a toda e qualquer liderança que se proponha a unificar os trabalhadores e movimentos sociais em defesa dos direitos que o recionarismo vem buscando usurpar. Não basta mais o uso de falastrões como o advogado Rubinho Nunes, coordenador do MBL, que sobre o caso disse:Fechar rodovias, atear fogo em pneus, invadir propriedade alheia, tudo isso é crime, não adianta Reclamar da AGU, Guilherme Boulos. Ela está apenas cumprindo o papel de processar terroristas e criminosos. Vai ter que fazer muita vaquinha para pagar as multas”.

O momento é de gravidade. Mais do que a solidariedade com o companheiro e nosso candidato a presidência nas eleições, devemos dar ao fato a sua real dimensão e unificar os trabalhadores e movimentos sociais contra a opressão de um governo reacionário sob um lider protofascista, e proclamarmos em alto e bom som, como escreve Boulos no final de seu post:

Não vão nos intimidar com perseguição judicial. Vamos às ruas em defesa dos direitos!”

 

[1] Guilherme Boulos em post de 18/2/2019