Diante de mais uma postura criminosa de Bolsonaro, comunidades ribeirinhas mostram ao governo como se faz uma ação rápida de combate à destruição ambiental quando se tem vontade política. O vazamento criminoso de óleo que atinge o litoral do país foi ignorado pelo presidente por mais de 40 dias, o que tem causado grande revolta.
Rosi Santos
Parece que, ao contrário do caso da Amazônia, que o governo Bolsonaro e sua politica anti-ambiental não possui relação direta com o vazamento, mas isso não tem diminuído sua responsabilidade e a revolta da população em relação a omissão e a inépcia do governo frente ao caso. Mais de 50 dias do primeiro avistamento do derramamento e o caso ainda se encontra em fase de investigação.
O pouco caso e a desfaçatez de Bolsonaro é tamanha que chegou a insinuar essa semana que o vazamento poderia ter sido causado para prejudicar o leilão de petróleo, previsto para novembro. Por último, disse que o vazamento poderia ter origem da Venezuela, o país negou tamanha leviandade.
A reação do presidente, ao maior vazamento de óleo que se tem notícia no país, não foi somente de desrespeito e total despreocupação com os dramas que vem passado o Brasil, não só com o tema ambiental, mas sinaliza cada vez, mais para um número mais amplo de pessoas que a prioridade do governo são as negociatas por cima dos interesses da maioria.
Assim, como no caso das queimadas na Amazônia, a proposital ineficiência do governo foi um fator determinante para que essa tragédia se tornasse ainda maior. É um crime imperdoável que o governo federal não tenha acionado o plano para conter os derrames e impedir que óleo permanecesse mais tempo na água e chegasse à costa. Não acionar o PNC (Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo) mesmo ele sendo previsto em lei foi uma escolha criminosa. Levando a mancha se alastrar por mais de 15 praias, só na região de Alagoas onde os mutirões tem sido mais frequentes.
A política de bate e assopra da imprensa ao governo, apesar de cínica e favorável aos seus ataques, tem contribuído para furar o bloqueio e aumentar a percepção da população sobre o nível de entreguismo que vem ocorrendo no país e sobre o quanto esse governo está caminhando a um desastre de proporções inimagináveis.
No caso do litoral do país, tem sido dias tristes para população ribeirinha, basta fazer uma breve pesquisa nos jornais locais. A contínua viagem de óleo altamente contaminante, além de ter levado à morte de animais marinhos, peixes, fauna, tem prejudicado fortemente diversas economias locais. O prejuízo causado ao setor de pesca e turismo já ultrapassou os níveis aceitáveis, chegando ao ponto de proporcionar intervenção popular e coletiva.
“Nós não sabemos a proporção do que ainda esta no oceano…quando limpamos tudo, com tudo praticamente limpo, no outro dia, ao retornar infelizmente, o óleo se encontrava do mesmo jeito” (Afirmou coordenador de projeto).
Está a cada dia mais evidente que: a crise do (PSL), partido do governo, o desgaste do próprio governo, sua pouca, ou nenhuma, habilidade comunicacional, seu entreguismo ao imperialismo dos Estados Unidos, as reações diante de desastres de proporções gigantescas, como o da Amazônia, esse vazamento de agora e seu fracassado plano em relação a retomada de crescimento da economia, tem levado a um rechaço diário ao governo.
Um cenário que tem levado a uma camada da população, que pretendia, aparentemente, terminar a experiência com esse governo, a chegar a conclusões de que Bolsonaro não é um mandatário legítimo, mas um personagem que tem pretendido colocar a todo custo um modelo de país alheio aos interesses e bem da maioria.
Uma conclusão que só pode ser superadora se vir acompanhada de saídas pela esquerda. Nesse sentido, é fundamental tirarmos uma agenda de lutas em comum, mobilizar cada lugar de estudo, trabalho, bairros e etc. para ocupar às ruas, aproveitando assim, essa oportunidade de desgastar ainda mais o governo até derrotá-lo com um programa de luta com bandeiras imediatas, democráticas, ambientalistas e anticapitalistas.
Toda solidariedade a população ribeirinha afetada!
Basta de destruição!
Agilidade nas investigações, punição exemplar a todos os envolvidos!
Fora Bolsonaro e toda sua cúpula criminosa e anti ambiental!