EEUU – HISTÓRICA GREVE DOCENTE EM LOS ANGELES
30 mil docentes da cidade de Los Angeles se lançaron à greve pelar primeira vez em tres décadas, e milhares deles se encontran participando em enormes mobilizações
Mer García y Ale Kur , 19/01/2019
30 mil professores da cidade de Los Angeles entraram em greve pela primeira vez em três décadas, e milhares deles estão participando de grandes mobilizações. A medida foi imposta após meses de negociações fracassadas, nas quais os professores exigiam uma recomposição salarial, bem como melhores condições de trabalho (melhor relação entre o número de professores e alunos, permitindo turmas menores).
A greve em Los Angeles é o culminar de um processo que começou no ano passado, que desencadeou importantes lutas do ensino na Virgínia Ocidental, Arizona, Oklahoma e outros estados. Este tipo de greves e protestos em massa de trabalhadores não é comum nos EUA: pelo contrário, a sua aparição na cena política é uma novidade. Se trata de um processo de enorme potencial político: a entrada na arena de setores orgânicos da classe trabalhadora pode ser decisiva para inclinar a balança contra o governo Trump e girar a situação à esquerda.
Em particular, Los Angeles é a segunda cidade mais populosa dos EUA e um dos seus principais centros de importância política e econômica. Faz parte do estado da Califórnia, onde as indústrias estratégicas de alta tecnologia estão concentradas, assim como uma juventude muito dinâmica e com forte sensibilidade progressiva. Se um processo de radicalização política das cidades californianas fosse desenvolvido, isso seria um fator altamente revulsivo que poderia mudar tudo na principal potência do planeta. Para esta perspectiva (e sua imitação no resto do país) tem que se apostar até o final.
Trad. José Roberto