Para derrotar o neofascismo nas urnas, precisamos derrotá-lo nas ruas!
RENATO ASSAD E LUCIANO MATIAS
À Assembleia dos Estudantes da USP – 11/10/2018
No último domingo (07/10) acompanhamos o resultado da votação do primeiro turno, na qual coloca Bolsonaro e seu programa neofascista na liderança pela presidência com 46,03% dos votos válidos, seguido por Fernando Haddad com 29,28%. Este cenário político põe em xeque nossos direitos básicos – por mínimos que sejam – conquistados historicamente com muita luta. E mais do que isso, coloca a nossa recente democracia em perigo.
O fenômeno Bolsonaro surge indissociavelmente ao lado do grande giro reacionário mundial que começa com a crise do capitalismo internacional a partir de 2008. Esta alarmante onda neofascista é, em grande parte, corresponsabilidade do petismo e sua burocracia.
Em seus 13 anos de governo não aprovou nenhuma reforma democrática, governou com a grande burguesia, reprimiu de forma brutal os atos de Junho de 2013, os atos contra a Copa de Mundo em 2014, boicotou uma mobilização massiva contra o impeachment de Dilma, as lutas contra a “reformas do governo Temer” e, como ato final de suas traições, entregou Lula, condenado sem provas, à “justica” sem a menor resistência.
Essa irresponsável aposta de institucionalização da política conteve de forma dramática uma possibilidade de mudança na correlação de forças social e política contra a onda neofascista que atinge amplos setores da sociedade brasileira.
Temos, agora, um pouco mais de duas semanas para derrotarmos a maior ameaça aos nossos direitos democráticos e isso só será possível com uma organizada e radicalizada unidade de ação dos mais amplos setores progressistas.
Isso significa levar a campanha às ruas, esse é o fator decisivo deste segundo turno, sem o qual não poderemos derrotar Bolsnonaro. Nós, estudantes da USP, temos o dever de organizar uma Plenária Aberta em conjunto com trabalhadores e professores para mobilizar de forma orgânica, dinâmica e cotidiana lutas, atividades e blocos universitários com presença nos atos nacionais contra o neofascismo.