A conjuntura e a construção de um movimento de luta e organização
LUBA MATIAS
O ano de 2018 começou com muitos desafios, de um lado uma ofensiva reacionária comandada pelo governo ilegítimo de Temer, que conta com diversas medidas de ataque direto aos trabalhadores, à juventude e as mulheres. Situação essa incrementada pela condenação de Lula, corresponsável pela situação política que permitiu o avanço da direita nos últimos tempos. Considerando que nos 12 anos do governo petista no poder, foram aplicadas políticas neoliberais, de conciliação de classes, com medidas e contrarreformas que eram contrárias aos interesses dos trabalhadores.
Ao mesmo tempo, vivemos uma forte polarização político-social, pois os de baixo resistem e não sofreram derrotas históricas, por isso o governo foi obrigado a recuar em relação à reforma da previdência e mudar o foco do seu governo para a intervenção militar no Rio de Janeiro. O que coloca para a classe trabalhadora e para a juventude a possibilidade de reverter a situação a partir de um processo de construção das lutas e da organização política independente da burocracia lulista.
Vimos nos últimos tempos o crescimento de uma extrema-direita que defende abertamente a candidatura do Bolsonaro e suas medidas machistas, xenofóbicas e de confronto direto ao povo indígena. Mas por outro lado, verificamos uma reação também radicalizada de alguns setores, reação sobre a qual temos que atuar com o objetivo de generalizar a luta contra a ofensiva reacionária em que estamos vivendo e encontrar alternativas políticas que organizem e sintetizem essa luta.
Tal cenário político complexo demanda, como já tem sido enfatizado no interior do PSOL, a construção de uma alternativa de esquerda radical e enraizada socialmente. Entendemos que o PSOL é o que melhor pode desempenhar essa função, já que está aliado a frentes de luta, movimentos sociais e conta com um regime partidário que permite a livre expressão política de suas tendências políticas, organizadas ou não. Desta forma, as discussões no interior do partido têm se demonstrado produtivas no sentido de que apontam um caminho alternativo para a classe trabalhadora, independente da classe dominante e da burocracia.
Setores aglutinados da USP enfrentando os próximos desafios de luta
Da mesma forma, no interior da USP o partido também pode desempenhar um papel fundamental, considerando que os trabalhadores e a juventude têm recebido frequentes ataques. A política da reitoria nos últimos anos, com o antigo reitor Zago, foi de desmonte da universidade, na qual reinaram os cortes de bolsas, demissões e precarização.
Com o novo reitor Vahan não esperamos que seja muito diferente, já que o próprio foi escolhido através da lista tríplice pelo governador Geraldo Alckmin, com o intuito de manter a mesma linha política de privatização da universidade. Por isso, uma das lutas fundamentais que o PSOL precisa desenvolver no interior da USP é por um processo de democratização radical da sua gestão.
Para enfrentarmos a ofensiva reacionária no interior da USP e em nível nacional é necessário construir uma ferramenta política unificada e à altura dos desafios de um ano polarizado e de duros enfrentamentos na luta de classes e nas eleições. Por isso, é imprescindível a construção de um núcleo do PSOL que aglutine trabalhadores, estudantes, professores e os mais diversos setores.
Um núcleo do partido dentro da USP que com a força da juventude, dos funcionários técnico-administrativos e dos docentes impulsione a luta unificada por condição de ensino, pesquisa, extensão e trabalho. Que se coloque também na frente do partido para enfrentar os próximos desafios da luta de classes e participe ativamente da construção da campanha de Boulos para presidente e Guajajara vice com um programa que aborde de forma radical os grandes temas nacionais e locais, um programa anticapitalista. Além de contribuir com a campanha eleitoral das companheiras e companheiros que entram na disputa eleitoral para Deputado Estadual, Gederal e Governo do Estado.
Assim, construir o partido que representa atualmente a principal alternativa de esquerda no interior da USP é fundamental. Tanto para as lutas internas da universidade, como para as lutas fora dela.
Para a inauguração do núcleo teremos a presença especial do vereador pelo PSOL e pré-candidato a Deputado Estadual Toninho Vespoli.
Convidamos todos/as para participar do Lançamento do Núcleo do PSOL USP no dia 12 de abril às 17h30 na FFLCH, sala de vídeo da história.
Marielle presente!