por Redação Esquerda Web
A paralisação nacional dos entregadores de aplicativo, o Breque dos Apps, começou hoje e seguirá até amanhã, 1 de abril. Por todo o país, milhares de entregadores entraram em greve e saíram às ruas em todas as regiões do país para denunciar a superexploração das empresas e reivindicar melhores taxas e condições de trabalho.
Com mobilizações em 70 cidades e todas as capitais, a categoria reivindica pautas como: o aumento da taxa mínima de R$10 por entrega, pagamento adicional de R$2,50 por cada quilômetro rodado; limite de 3km para entregas de bicicleta; fim dos bloqueios arbitrários e sem justificativa pela plataforma e fim das coletas duplas e triplas (quando o entregador realiza mais de uma entrega pelo valor de uma).
Antes mesmo do início da greve, os trabalhadores por aplicativo denunciaram as práticas anti-sindicais usadas pelas empresas de aplicativo, em especial, a gigante brasileira Ifood.
Apesar das táticas sujas, como a oferta de bônus para os que não aderissem ao breque, a paralisação se capilarizou pelo país, pautou a mídia e demonstrou uma enorme força de mobilização da categoria.
Em São Paulo, cerca de 3 mil motoboys iniciaram o dia de greve se reunindo na Praça Charles Miller em frente ao Estádio do Pacaembu. Em caravana, os entregadores realizaram um ato em frente ao MASP na Avenida Paulista e seguiram até a sede do Ifood na cidade de Osasco, onde exigiram uma reunião com representantes da patronal.
Mesmo sob a chuva e a negligência da empresa, a categoria seguiu a mobilização e se dividiu para brecar a saída de entregas nos principais shoppings e pontos de coleta da região metropolitana. Por toda a cidade, estabelecimentos do ramo de alimentos registraram bruscas quedas de pedidos por delivery, algo que demonstra uma extensa adesão e apoio ao movimento grevista.
Com lemas como “heróis na pandemia, escravos do dia a dia”, a mobilização se dá no contexto do fracasso do Grupo de Trabalho nacional que buscava regulamentar o trabalho por aplicativo. Cúmplice das empresas escravistas, o governo liberal social de Lula tentou, em maio de 2023, elaborar uma lei “equilibrada” que validava a superexploração das empresas e anulava os direitos reivindicados pela categoria.
No ano de 2023, o IFood reportou uma receita de 7 bilhões de reais. Trata-se de uma empresa bilionária que enche os bolsos enquanto derrama o suor e sangue de seus trabalhadores, uma gigante impulsionadora da escravidão moderna.